05/08/2017 às 10h57min - Atualizada em 05/08/2017 às 10h57min

Uma máquina do tempo vivido

Por Gabriela Aguiar

Há uma coisa que eu queria muito e que não existe. Ela está relacionada ao tempo, ao que vivemos e ao que poderíamos viver. Uma maneira prática e rápida de nos distanciarmos do mundo ou de nos aproximarmos cada vez mais dele. De construir o nosso próprio mundo. Eu queria uma máquina de teletransporte que fosse capaz de viajar no tempo.

Queria uma máquina que pudesse me levar para os meus tempos de criança. Para que pudesse viver todas as travessuras de novo. Para que eu pudesse sentir o abraço dos que não estão mais presentes. Para que eu pudesse aproveitar tudo de novo. Uma máquina que me fizesse viajar para boas lembranças e trouxesse de novo todas as expectativas e sonhos para ajudar a ter mais garra e força para enfrentar o tão temido futuro.

Também seria um meio de encurtar em fração de segundos todas as distâncias. Quão maravilhoso seria atravessar todo o oceano e ir para onde quisesse no momento exato que se desejasse. A saudade seria sanada tão logo fosse sentida. E ainda assim, seria um prazer imenso rever quem se queria estar ao lado.

Queria uma máquina de teletransporte não para mudar o que já foi feito. Mas para sentir todas as sensações de novo. Como exemplo, ler o meu livro preferido pela primeira vez ou ver o primeiro sorriso de um amigo antigo.

Por esse motivo, ela não iria para o futuro. É perigoso ver o que está por vir e isso pode mudar tudo o que estava destinado a acontecer. A minha máquina não permitiria que nada fosse alterado, apenas revivido. Ela funcionaria assim como nossas lembranças, só que de uma maneira mais intensa e tátil.

Poderiam, por favor, providenciar uma para mim?

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