Eu gosto do espaço. Sou naturalmente largo. Não consigo me dimensionar por conceitos estreitos ou apertados. Em nada, absolutamente nada. Quando adentro em qualquer centro urbano, passo logo a mensurar o tamanho das calçadas, o rolamento das ruas e avenidas, suas passarelas, canteiros centrais e, claro, as praças...bosques...parques existentes. Na mira o verde, mais que o cinza do concreto. Preferencialmente!
É minha eficaz sensação de perceber a qualidade de vida do ser humano que ali habita. Quanto mais espaço para os pedestres, cadeirantes e ciclistas, mais eu me aproximo afetivamente do lugar. Isso me atrai, me conquista. Sempre fiz isso!
Lembro-me da alegria que tive ao ser aprovada a lei que garante a implantação de Área Verde em todas as unidades habitacionais. E olha que somente 10% da área total. Mas, avançamos.
Assim, eu não consigo concordar com o Gestor (qualquer que seja) que diminui áreas que, originalmente, alimentam nossa convivência sociocultural e ambiental. Não há retrocesso maior que otimizar os espaços para veículos em detrimento da população. E quando isso acontece numa praça pública, corrói o estacionamento da lucidez.
Para mim, toda praça deveria ser um patrimônio da cidade, por histórico mérito material e imaterial: indissociáveis. A praça é uma escola! Dar para perceber que cada metro quadrado que vai se disponibilizando para carros é como se estivéssemos fechando uma sala de aula e criando espaços analfabetos. E, densamente agora, nos espremendo territorialmente para nos abastecer do tão salutar e necessário convívio humano. Entre o verde restante.
Que restaurem...que urbanizem...Mas, não minimizem seu espaço, nem suas saudáveis atribuições. Porque necessitamos ser "Largo"!