05/02/2015 às 14h39min - Atualizada em 05/02/2015 às 14h39min

Prefeito de Gilbués entra com representação criminal contra os manifestantes que fecharam a BR 135 clamando por segurança

Denúncia foi realizada após assumir o compromisso de ir à Teresina, acompanhado pelos representantes do protesto, conversar com o Secretário de Segurança

Portal Corrente

O prefeito do município de Gilbués, Francisco Pereira de Souza, entrou com uma representação criminal junto à Polícia Civil contra os manifestantes que fecharam a BR 135 na última sexta-feira, 30 de janeiro. Dentre os argumentos, o prefeito afirma que os protestos causaram grande transtorno ao município e aos viajantes, já que durou cerca de 10h, além de atentar contra a liberdade pessoal e contra a paz pública.

Segundo os manifestantes, a população realizou o protesto por causa da absoluta falta de segurança no município. “Todos os dias acontecem vários crimes, como assaltos e até homicídios, e não temos segurança. A cidade não tem um posto da Polícia Militar e a delegacia de Polícia Civil funciona numa casa alugada, por isso não tem como prender ninguém. A delegacia que tinha na cidade foi derrubada há seis anos e o prefeito deu inúmeras desculpas por que não foi construída outra. Também tivemos conhecimento de que o estado repassa somente R$ 200 reais por mês para o abastecimento da viatura da Polícia Militar e a população não vê perspectiva de melhora dessa situação, por isso fizemos o protesto”, declarou Jordan Irajá Dias Figueiredo, um dos manifestantes.

A equipe que organizou o protesto teve conhecimento da representação criminal por meio de matéria publicada pela assessoria de imprensa do prefeito. “Ficamos muito surpresos  e apreensivos com a atitude do prefeito, pois fomos recebidos por ele na manhã de sábado e, apesar de estar muito irritado, ele se comprometeu diante de todos, que iria até a capital Teresina, acompanhado pelos representantes da manifestação, falar pessoalmente com o Secretário de Segurança, o Capitão Fábio Abreu.  Nenhum ato de vandalismo foi realizado durante a manifestação, nem mesmo permitimos que pneus fossem queimados, pois não queríamos qualquer alusão à violência, e de fato nada aconteceu!”, explicou um dos organizadores.

Para realizar a manifestação, foram enviados ofícios à Prefeitura de Gilbués, ao 7º Batalhão de Polícia Militar, em Corrente,  e à Delegacia de Polícia Civil 24h antes do ato, além da realização de uma reunião na Câmara Municipal para orientar os participantes. “O prefeito afirmou que não sabia de nada, mas enviamos ofícios a todos os órgãos competentes, inclusive à prefeitura”, frisa Jordan.

 “Nós estamos desesperados, pois não sabemos mais o que vai acontecer e a violência só aumenta. Hoje mesmo (4) tivemos conhecimento de que aconteceram dois assaltos em São Gonçalo do Gurgueia e pela característica dos bandidos já sabemos que são de Gilbués. Se o prefeito, que tem que nos defender está indo contra nós, quem vai olhar pela população?”, questiona o manifestante.

Reunião realizada na Câmara Municipal para organizar a manifestação


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