Foi desencadeado uma série de denúncias por parte dos moradores da região que estão extremamente preocupados com o tamanho e descontrole do desmate, causando um desequilíbrio ambiental que vem afetando as cidades da região. “Nos últimos anos nossas nascentes estão secando e uma praga de insetos tem invadido as cidades. Acreditamos que isso é resultado do desmatamento”, explica um trabalhador rural de 52 anos que pediu para não ter seu nome identificado com medo de represálias.
Apesar de uma série de denúncias aos órgãos ambientais como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Piauí (Semar), o desmatamento continua e não teve resultados, sequer uma vistoria foi realizada na região. Agora, a esperança dos moradores que se sentem prejudicados é que a Promotoria Especial do Meio Ambiente, localizada no Fórum da cidade de São Raimundo Nonato, possa investigar o caso e punir os responsáveis pelo crime ambiental.
Para o deputado federal José Francisco Paes Landim (PTB), filho do município de São João do Piauí, o crime merece uma apuração rápida por parte das autoridades competente para evitar um dano ainda maior para as comunidades da microrregião. “Vou utilizar a tribuna da Câmara dos Deputados para denunciar o caso e pedir providências urgentes. Quando o assunto é meio ambiente não podemos perder tempo pois as consequências sempre são drásticas”, garante o parlamentar.
CRIME TAMBÉM EM SÃO RAIMUNDO NONATO
No povoado São Victor, na zona rural do município de São Raimundo Nonato, os moradores denunciam que o desmate descontrolado da Caatinga também tem afetado o meio ambiente local, comprometendo várias comunidades, entre elas um quilombo. Até mesmo espécies raras e protegidas pela Lei como a aroeira estão sendo cortadas.
Denúncias afirmam que os desmatamentos acontecem quase sempre durante a madrugada com uso intensivo de motosserra, tratores e grandes caminhões para o transporte clandestino da madeira. Segundo as denúncias, uma parte dessas árvores são transformadas em carvão por uma empresa de Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, e outra parte está abastecendo a empresa Galvani que produz fosfato na região de Caracol.