Portal Corrente; com informações G1Terezinha Maria de Jesus e José Maria Ferreira de Sousa, pais do menino Eduardo, morto no Alemão, mostram a foto do filho (Foto: Fábio Gonçalves/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
O corpo do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto durante uma ação da polícia no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (2), será enterrado no município de Corrente. A decisão foi da mãe do menino, Terezinha Maria de Jesus, natural da cidade, que se diz transtornada com o que aconteceu com o filho e que por este motivo não quer mais morar na capital fluminense, para onde se mudou há mais de 10 anos para tentar melhorar de vida.
De acordo com informações publicadas no Portal G1, o menino brincava na frente da casa quando um tiro acertou sua cabeça. “Eu estava vendo novela com o meu filho. Na hora do intervalo, ele foi para varanda e ficou sentado na escada. Logo depois, ouvi o barulho de tiros. Os policiais mataram meu filho — explicou a doméstica.
A Polícia Civil informou, nesta sexta, que foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Eduardo. Uma perícia foi realizada no local, e os familiares da criança foram ouvidos. Os policiais militares envolvidos no episódio serão chamados para prestar depoimento. As armas apreendidas serão levadas para confronto balístico.
O pai do menino afirmou, na manhã desta sexta, em entrevista à GloboNews, que os policiais atiraram a uma distância de cerca de 10 metros do menino. “Meu filho não merecia ser morto da maneira que ele morreu. Um inocente que tinha 10 anos de idade, era estudioso, todo dia estava no colégio dele e tinha muitos sonhos. Era uma criança muito bacana, era tudo na minha vida. A polícia entra sem saber trabalhar. Como ele falou que era filho de bandido, atirou no meu filho na maior covardia. Atirou na cara do meu filho a uma distância de 10 metros, no máximo, por trás das costas do meu filho ainda”, afirmou o pai.
Eduardo de Jesus Ferreira iria começar um curso na Tijuca, Zona Norte do Rio, segundo informações da mãe da criança. “Ele estudava o dia inteiro, ele ia fazer um curso do Sebrae na Tijuca. Eu matriculei e ele ia começar na quarta-feira (8), e eles tiraram o sonho do meu filho”.
Terezinha afirmou que virá até o município de Corrente para enterrar o corpo do filho, voltará ao Rio de Janeiro até a conclusão das investigações e depois volta para o Piauí para morar definitivamente. “Não tem como morar nesse lugar. Quero voltar para a minha terra e ter uma vida tranquila com a minha família”, declarou.
O corpo, que já foi liberado pelo IML, será transladado para Teresina e depois segue para o município de Corrente, onde será sepultado no cemitério municipal.
