09/09/2015 às 00h11min - Atualizada em 09/09/2015 às 00h11min

Presos na Operação Propinagem receberam R$ 1,2 milhão em propina

Uma análise do Grupo de Repressão ao Crime Organizado confirmou o valor recebido em propina

GP1; Foto: Manoel José, O Ollho

Nesta terça-feira (8), o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) enviou comunicado afirmando que, após análise fiscal realizada pelo Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro da Polícia (LAB-LD/PC-PI), foi constatado que entre 2012 e 2014, os servidores da Secretaria de Fazenda do Piauí (Sefaz), presos na Operação Propinagem em julho deste ano, podem ter recebido cerca de R$ 1.200.000 (um milhão e duzentos mil reais) em propina. 

O comunicado do GRECO afirma, ainda, que esse valor estava sem qualquer tipo de declaração e que nas contas de relacionamento bancário de um dos indiciados, ingressou cinco vezes mais o valor do vencimento auferido pelo estatal estatutário, ou seja, o servidor estava recebendo uma quantia muito maior que o seu salário. 

A análise realizada pelo laboratório foi feita a pedido do GRECO com determinação do juiz Luís Moura, da Central de Inquérito, e ocorreu sob a coordenação do delegado Rodrigo Morais. 

Entenda o caso

A Operação Propinagem foi deflagrada em 13 de julho pela Policia Civil, coordenada pelo Greco (Grupo de Repressão ao Crime Organizado), com a prisão de mais de 10 pessoas, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa formada por técnicos fazendários da Secretaria Estadual de Fazenda e empresários. 

O delegado do Greco, Carlos César deu mais detalhes de como surgiu a operação. “A investigação começou em setembro do ano passado. Uma vítima procurou o Greco dizendo que estava sendo extorquida por técnicos fazendários e demos início a investigação. A investigação ao longo de todos esses meses comprovou a existência de uma organização criminosa ligada aos técnicos fazendários que fazem fiscalização de transportes de mercadorias, tanto em postos ficais, como em ruas, são as fiscalizações volantes chamadas blitzen. Essas pessoas estavam cobrando propina de empresários e isso configura crime de organização criminosa , de corrupção na área tributária. Empresários da área de madeira, de água e refrigerantes e carnes estão envolvidas”.

 

Presos na operação(Imagem:Reprodução)

Presos na operação(Imagem:Reprodução)

Presos na operação
Imagem: Lucas Dias/GP1
Um dos presos na operação(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Um dos presos na operação(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Um dos presos na operação

Dentre os presos, estava o técnico fazendário Antônio Martins Damasceno Filho, irmão do ex-prefeito de Barras, Manin Rego. Ele foi preso em um sítio. “Um técnico fazendário oriundo da cidade e Barras foi preso (...). Ele é de uma família política de Barras”, afirmou Carlos César.

Imagem: Lucas Dias/GP1
Delegado Carlos César(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Delegado Carlos César(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Delegado Carlos César

Dentre as empresas investigadas estão a Madeireira Leal e a Refrigerantes Relva. Os mandados foram cumpridos, em julho, nas cidades de Teresina, Altos, União, Piripiri, Barras, Pedro II e Juazeiro do Norte - CE. 
 

Imagem: Lucas Dias/GP1
Relva(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Relva(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Fábrica de refrigerantes Relva também é alvo da operação
Imagem: Lucas Dias/GP1
Madereira Leal é alvo da operação(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Madereira Leal é alvo da operação(Imagem:Lucas Dias/GP1)

Madereira Leal é alvo da operação

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »