03/03/2017 às 18h15min - Atualizada em 03/03/2017 às 18h15min

Secretária Rejane Dias garante a vinda de uma comissão técnica para analisar o fechamento dos anexos de Corrente

A Secretária de Estado da Educação Rejane Dias declarou na tarde dessa sexta-feira (3) que enviará na próxima semana uma comitiva para analisar o fechamento dos anexos onde funcionavam a oferta do Ensino Médio na zona rural de Corrente. Ao todo 4 unidades foram desativadas e aproximadamente 130 alunos foram nucleados para a Unidade Escolar Joaquim Lustosa, que funciona no Centro da cidade, desde o dia 13 de fevereiro.

A infomação foi repassada pelo ex-vereador Edilson de Araújo Nogueira, que recebeu o comunicado da própria secretária. “Ela está preocupada com a repercussão negativa da notícia e afirma que a real intensão do Governo do Estado é oferecer condições dignas de estudo para esses adolescentes, para que eles sejam realmente preparados para os desafios da universidade e da vida. Anexos em todo o estado do Piauí estão passando por semelhante processo, pois está comprovado, por meio das notas e péssimo desempenho desses alunos no Enem, que o método não tem gerado resultados positivos. Eles precisam de escolas com uma estrutura mínima, com um ambiente adequado para o aprendizado”, reforça Edilson.


Estudantes da Santa Marta chegando para as aulas no período verpertino na Unidade Escolar Joaquim Antônio Lustosa

No município de Corrente, 6 unidades funcionavam em escolas cedidas pelo município: Fazenda de Cima, Riacho Grande, Vereda da Porta, Santa Luzia (Santa Marta), Caxingó e Araticum. Não há nestes anexos a presença do diretor, o que na prática resultava no não cumprimento da carga horária por parte dos professores. A estrutura em algumas dessas unidades não era adequada, como na escola Francisco Angelo de Carvalho, na Fazenda de Cima. “A secretária me garantiu que, essa unidade em especial, pode passar por uma reforma para o seu funcionamento, caso ela seja reativada, informa Edilson.

As unidades do Araticum e do Caxingó permanecem em funcionamento, onde será implantada a Mediação Tecnológica. “Essa forma de ensino irá garantir a esses estudantes o acesso ao que há de mais moderno e atual em termos de educação, com a realização de aulas em tempo real em todo o estado, ministradas pelos professores mais gabaritados do Piauí. A presença de um professor em sala de aula garantirá a interação dos alunos aqui da zona rural, que poderão manifestar suas dúvidas e questionamentos”, informa a Gerente da 15ª GRE, Luzia Lustosa.

O anúncio do fechamento dos anexos tem gerado grande polêmica no município, sendo alvo de críticas por vereadores e pessoas das comunidades. Até mesmo a ex-secretária de Educação do município, Maria do Socorro Rocha Cavalcanti, se manifestou em sua página pessoal do Facebook, condenando a medida. A ex-gestora coloca que o estado recebe polpudos recursos do Governo Federal para cada estudante, tendo a obrigação de oferecer um ensino de qualidade. “É inadmissível o fechamento dessas unidades, esses estudantes devem permanecer na sua comunidade”, enfatizou.


Refeitório na Unidade Escolar Joaquim Antônio Lustosa

Os professores estão divididos quanto à medida. Parte reclama que a nucleação resultou em salas cheias, o que não consideram proveitoso. “Com menos alunos conseguimos dar mais atenção a cada estudante”. Já outros afirmam que estar uma escola com estrutura adequada para ministrar as aulas é muito melhor. “Sem falar na presença do diretor, que muda o comportamento do aluno, e até na segurança. No interior as escolas não tem vigia, então entra e sai quem quer”, informam.

Em termos de números, algumas das unidades nucleadas apresentavam um índice muito abaixo do que preconiza o MEC, na relação professor/aluno. “São necessários 12 professores para o funcionamento de cada unidade. Para se ter uma ideia, na Vereda da Porta, por exemplo, o anexo funcionou no ano passado com 7 alunos no 1ª ano, 9 no 2º e apenas 3 estudantes no 3º, totalizando 19 alunos. No Riacho Grande eram apenas 25 alunos. Temos que levar esses números em consideração, senão estaremos descumprindo a determinação do MEC” coloca Luzia.

A gestora lembra ainda que, embora as unidades tenham sido fechadas, os estudantes estão em sala de aula desde o dia 13 de fevereiro. “As escolas da rede municipal de ensino atrasaram um mês o início das aulas e no entanto não vejo por parte dos vereadores e da comunidade a mesma preocupação”, coloca.

Durante toda a semana, os estudantes que foram nucleados do interior responderam ao levantamento feito pela  15ª GRE, tendo o espaço para manifestar se aprovam ou não a medida. “Esse levantamento será analisado pela SEDUC para determinar o que será feito”, destaca Luzia.

O ex-vereador Edilson informa que a vinda da comissão será em caráter de urgência. "Solicitamos o quanto antes a vinda da comissão para analisar cada caso", pontua.


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