09/03/2017 às 08h52min - Atualizada em 09/03/2017 às 08h52min

Comissão técnica da SEDUC vistoria anexos e analisa o reordenamento da rede estadual de ensino em Corrente

Portal Corrente
Escola Francisco Angelo de Carvalho, na localidade Fazenda de Cima

Uma comissão técnica do Governo do Estado esteve em Corrente, na manhã dessa quarta-feira (8), com o objetivo de vistoria as condições físicas dos anexos onde são ofertados o Ensino Médio pela SEDUC, além de analisar os impactos na comunidade do reordenamento realizado no ano de 2017. Dos 6 anexos em funcionamento no ano de 2016, 4 foram desativados e os estudantes agora assistem às aulas na Unidade Escolar Joaquim Antonio Lustosa, na sede do município.

De acordo com o Gerente de Sistemas Francisco Saraiva, responsável pela articulação entre os anexos e as Unidades Escolares no estado, a decisão de desativar os anexos, pela SEDUC, foi baseada em critérios técnicos.

“Todos os anos a SEDUC faz uma análise de todas as modalidades de ensino, se há necessidade de ampliar a oferta do ensino fundamental, do ensino médio, do EJA, se há necessidade de diminuir ou de reordenar, de modificar os turnos, sempre baseado no desempenho e nas estatísticas do ano, o que é feito em todo o estado. Em Corrente aconteceu da mesma forma, nós identificamos dois problemas no funcionamento dos anexos da zona rural, um deles foi a pouca quantidade de alunos em alguns, e a outra questão foi a qualidade de ensino – aqui na sede nós temos melhores condições de oferecer um ensino de qualidade do que na zona rural. Aqui a direção está presente, o que viabiliza a fiscalização, as escolas têm laboratório, biblioteca, têm laboratório de informática, um amplo refeitório com condições excelentes para que os alunos façam a sua refeição todos os dias,  a lotação dos professores é mais organizada. Entre as condições dos estudantes da zona rural e da zona urbana, não há a menor dúvida que os da zona urbana tem melhores condições de estudar. Trazer o aluno da zona rural para a zona urbana é a melhor forma de dar à ele melhores condições de estudo”.

Saraiva destaca que as modificações normalmente são feitas em consenso com a comunidade, o que entre os anos de 2016 e 2017 não foi feito por causa do tempo. “Normalmente nós conversamos com a comunidade antes de efetuar as mudanças, o que infelizmente não foi possível neste ano. Mas quando está mais do que claro que as modificações são em prol da comunidade, nós damos continuidade ao reordenamento. Todos esses estudantes querem fazer ENEM, querem se profissionalizar, adentrando no Instituto Federal, por exemplo, como é que nós vamos dar condições à esses estudantes de competir com os alunos da zona urbana, que têm todos os recursos disponíveis? É desigual, não há dúvida”.

Sobre as condições dos anexos da zona rural, Saraiva afirma que a situação de Corrente é semelhante a todo estado. “Pensar em dar condições semelhantes às escolas da zona urbana é muito difícil. Em todo o estado nós temos pouquíssimas escolas do estado na zona rural e, avaliando os resultados, nós afirmamos que apenas a distância justificaria a permanência desses anexos. Nós temos realidades em que os anexos funcionam a 60km ou até 100 km da sede do município, o que não é a situação de Corrente. Entre deixar esses estudantes em condições insuficientes de estudo na zona rural e trazê-los todos os dias para proporcionar um ensino de qualidade, nós preferimos trazê-los”, avalia.

Em conversa com os estudantes, o técnico afirma que a avaliação geral é de que a mudança foi muito benéfica. “Eu conversei com a manhã de hoje com os estudantes do Simplício e posso afirmar que 100% deles aprovou a mudança. Nos outros turnos a mesma coisa, então a nossa decisão foi acertada, pois o aluno pôde fazer um comparativo e avaliar quais as melhores condições. Nós entendemos a apreensão de alguns pais, pois trazer esses estudantes para a zona urbana pode preocupa-los, isso é natural, o pai quer o filho junto de si. Mas nós temos que pensar no benefício que isso representa pra esses alunos, na melhoria da qualidade do ensino”.

O transporte dos estudantes da zona rural para a zona urbana é atualmente a maior preocupação da SEDUC. “Nós vamos analisar cuidadosamente essa questão, pois aqui a zona rural é bastante ramificada e isso precisa ser planejado, assim como contratar transporte escolar do tamanho adequado para o número de estudantes. Mas essa questão receberá toda nossa atenção, para evitar que qualquer aluno seja prejudicado”.

Nas localidades onde houver dúvidas ou polêmicas, a Gerência Regional de Educação estará se reunindo com a comunidade com o objetivo de esclarecer o  motivo da mudança. “Se nós tivéssemos tido tempo de fazer isso antes do reordenamento, não tenho dúvida que toda comunidade teria aprovado, pois os benefícios para os estudantes são muitos. Infelizmente já tivemos notícia de que foi dito em alguns locais que não teria transporte nem merenda, o que francamente não é verdade. Então nós fazemos questão de ir pessoalmente conversar com esses pais e tirar todas as dúvidas, reforça Saraiva.

Quanto às condições fisicas dos imóveis, os relatórios feitos pelo engenheiro Antônio José Lima de Sousa Filho serão apresentados na Audiência Pública que acontecerá nessa sexta-feira (10), na Câmara de Vereadores de Corrente, convocada para discutir a situação do reordenamento dos anexos no município.

 


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