12/02/2018 às 10h30min - Atualizada em 12/02/2018 às 10h30min

Rodovia que liga Gilbués à Santa Filomena necessita de reparos

BR 235 foi inaugurada há pouco mais de um ano

José Bonifácio Bezerra
Blog do José Bonifácio
Inaugurada há pouco mais de um ano, a BR-235/PI (Gilbués/Santa Filomena) já necessita de manutenção
As estradas brasileiras são ruins não só porque não têm conservação, mas também - e principalmente - pela baixa qualidade do material usado nas obras milionárias de implantação, pavimentação e recuperação. Apesar de a Lei de Licitações determinar tempo médio de vida útil de 10 (dez) anos, grande parte das rodovias volta a estar esburacada e a oferecer perigo antes disso.

Ou seja; o tempo de vida útil não é alcançado. E essa deterioração antecipada ocorre porque há projetos ruins, execução errada e material de baixa qualidade, quase sempre utilizado como se fosse de primeira. “E, o que é pior, as fraudes se multiplicam por falta de fiscalização”, afirma o professor da UnB, especialista em obras de pavimentação, Deckran Berberian.
 
 
Início (entroncamento com BR-135/PI) e final (Santa Filomena - Divisa PI/MA) do sub trecho da BR-235/PI

BR-235/PI (Trecho Divisa PI/BA - Divisa PI/MA - Sub Trecho Gilbués/Santa Filomena) é uma rodovia ainda pouco movimentada, mas que possui um fluxo diário de veículos pesados. É imperativo que se proporcione condições para que o seu pavimento tenha uma durabilidade maior. E já são diversas aspatologias encontradas na estrada, incompatíveis com a idade da obra.

Conforme imagens recentes, há fissuras e desgastes na pista, além de alguns trechos se tornando perigosos, com formação das famosas “panelas”, espalhadas pelos 130 quilômetros. O ponto mais crítico está à altura do km 29 (sentido Santa Filomena), entre as localidades Salina e Grotões. Lá, cerca de 20 metros de uma pista de rolamento está parcialmente destruída, obrigando os condutores a trafegarem pelo acostamento ou pela pista contrária, correndo sérios riscos, por ser em um local de ultrapassagem proibida.
 
O ponto mais crítico se localiza no km 29 (sentido Santa Filomena), entre as localidades Salina e Grotões

Padrão BR - A nomenclatura BR significa que a estrada Gilbués/Santa Filomena está de acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional de Viação. Tem plataforma ou pista de rolamento igual a 7,0 metros de largura (mais larga do que as rodovias estaduais), com 2,5 metros de acostamento para cada sentido, mais 1,0 metro de sarjeta (cortes) e 40 centímetros de banquetas. Pela classificação técnica do DNIT, é uma rodovia consideradaClasse I, com capacidade de suportar mais de 1.000 veículos por dia.

 
 
Várias patologias já são encontradas na via, como buracos ou "panelas", incompatíveis com a idade da obra

A BR-235/PI foi contemplada com drenagem, terraplanagem, pavimentação e obras de arte complementares, além da sinalização (horizontal e vertical).

O sub-trecho, com extensão total de 130,2 quilômetros, recebeu implantação e pavimentação asfáltica em TSD - Tratamento Superficial Duplo, cuja vida útil estimada do revestimento, após abertura ao tráfego, é de 6 a 10 anos.
 
A ordem de serviço, autorizando o início da estrada Gilbués/Santa Filomena, orçada inicialmente em R$ 102 milhões, com recursos do antigo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), assinada pelo então governador Wilson Martins, ocorreu dia 20 de janeiro de 2012, em Monte Alegre (PI).
 
 
A BR-235/PI está se deteriorando rapidamente, desde o Povoado Matas até a cidade de Santa Filomena

Mas, passados seis anos do início da obra e 13 meses da sua inauguração, os problemas começaram a surgir. E causa bastante estranheza o fato de a maior quantidade de buracos e ondulações, que podem causar graves acidentes, se concentrar exatamente nos últimos 40 quilômetros implantados e pavimentados, desde o Povoado Matas até a cidade de Santa Filomena.
 
GARANTIA QUINQUENAL - A obra foi entregue oficialmente em 09 de dezembro de 2016, há pouco mais de um ano, portanto, dentro do prazo de cinco anos, em que o construtor responde pela solidez e segurança da obra pelo prazo de 60 meses, nos termos do artigo 618 do Código Civil. O talprazo de garantia equivale dizer que os defeitos que vierem a surgir na rodovia durante esse prazo de cinco anos devem ser reparados pela Construtora, que deve ser acionada dentro do prazo prescricional legal.
 
Além dos buracos (as temíveis bocas de pilão), surgem várias ondulações, aumentando o risco de acidentes 

Por fim, só nos resta esperar que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), através da Superintendência Regional no Estado do Piauí, acione a construtora responsável pela obra o mais rápido possível.

Lamentavelmente, o DNIT acaba de informar que tem 55.000 km de estradas para administrar em todo o Brasil, mas só dispõe de R$ 3,9 bilhões para manutenção da malha viária, quando seriam necessários R$ 6 bilhões.

Todavia, o cidadão brasileiro que utiliza a BR-235/PI (Gilbués/Santa Filomena) não tem nada a ver com a incapacidade do Governo Federal, quando o assunto é cuidar das suas rodovias. Esperamos que as autoridades constituídas de Santa Filomena (Executivo e Legislativo) cobrem do DNIT o que é de direito, como determina o artigo 618 do Código Civil. Se não conseguirem, recorram aos políticos (Governador, Deputados, Senadores).

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