31/08/2013 às 18h22min - Atualizada em 31/08/2013 às 18h22min

Reitor da UESPI é entrevistado pelo Portal Corrente

Dr.Carlos Alberto Pereira da Silva fala sobre questões urgentes do Campus de Corrente

Portal Corrente

O Professor Dr. Carlos Alberto Pereira da Silva, Reitor da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), esteve em Corrente nesta sexta-feira (30), onde ministrou uma palestra durante a II Conferência Intermunicipal de Educação. Com o tema “Plano Nacional de Educação e o Sistema Nacional Articulado de Educação”, o professor falou acerca dos desafios e metas da educação no Brasil para os próximos anos, bem como os malabarismos que os gestores necessitam fazer para terem suas contas aprovadas.

Indagado a respeito da Universidade, o Reitor ainda falou sobre as unidades fechadas, medida adotada como estratégia em conseqüência da queda de repasses financeiros, além do fato de que em muitas cidades, onde a formação de alunos nos mesmos cursos existentes gerou um excedente de profissionais na mesma área, deixando outras em déficit.

O reitor ainda defendeu a expansão do Ensino à Distância, que possui um custo consideravelmente baixo, sem a perda da qualidade de ensino, com a possibilidade de oferecer o curso por determinado período para depois trocar por outro. “Muitas pessoas são contra os cursos de EAD, mas eu vejo como a solução para muitas cidades do interior, distantes, onde a instalação de um campus com cursos regulares é inviável. Sem falar que o sistema é muito eficiente, onde o aluno tem um professor que lhe atende de forma personalizada”, defendeu o Dr. Carlos Alberto.

Em entrevista ao Portal Corrente, o reitor falou de outras questões de grande relevância para o Campus de Corrente, como a situação do imóvel, reformas e outras pendências.

 

Portal Corrente: A situação do Campus de Corrente ainda é irregular com relação ao imóvel, o que impede que ele receba recursos oriundos de emendas parlamentares, por exemplo, ou que realize reformas estruturais. Existe, por parte da Universidade, interesse em resolver esta situação?

Dr. Carlos Alberto: Sem dúvida, e de forma urgente! Quando assumi a reitoria, apenas 2 Campus tinham a situação do imóvel regularizada e lhe digo que quase todas as pendências estão resolvidas.

Sabemos que o Instituto Batista fez a doação de um terreno para a Fundação construir a universidade, que acabou sendo administrada por uma instituição de fora. A Uespi veio então à Corrente e fechou  um acordo com a Fespi  para instalar a Universidade, renovado por uma ou duas vezes, depois disto nunca mais. Hoje estamos sem nenhum tipo de contrato. Isto hoje nos acarreta prejuízos e precisamos resolver esta questão.

Se formos lá atrás, quando a UESPI se instalou em Corrente, ela adquiriu 10 hectares para a construção das suas instalações. Um destes terrenos hoje tem um bairro inteiro em cima (Vermelhão) e o outro foi ocupado pela Agespisa, que nunca pagou um real de aluguel. Então uma solução que encontramos, juridicamente viável, seria a realização de uma permuta.

Acredito que possa haver um diálogo positivo. Já estive em contato com a Secretária Municipal de Educação de Corrente, dona Socorro Cavalcanti, e acredito que  entraremos num entendimento.

 

Portal Corrente:  Sabemos hoje que há um “choque de gerações”  entre os servidores da Universidade. Temos funcionários antigos, que há anos se encontram no quadro de funcionários da instituição e que possuem uma visão conservadora, podemos assim dizer, entrando em conflito com novos servidores, que possuem formas inovadoras de administrar. Como a administração central poderia intervir nesta situação, no sentido de minimizar estes conflitos e ao mesmo tempo garantir que a administração seja dinâmica e atualizada?

Dr. Carlos Alberto: Em realidade não há como. As regras que existem são todas voltadas no sentido do que é melhor para a administração da instituição e se espera que haja o bom senso por parte dos servidores. O que atrapalha tudo é algo que eu vejo como “corporativismo”; onde alguns servidores pensam que a universidade é de sua propriedade e por isso fazem, ou querem fazer, o que bem entendem, sem lembrarem que se trata de coisa pública. Não há como nós intervimos neste sentido, sendo que o próprio Campus, através dos servidores mais conscientes, exijam que as regras se cumpram; e há plenas condições de garantir que isso aconteça. Há também os Centros Acadêmicos, que dão representatividade aos alunos como integrantes do Conselho, o que é muito bom porque eles possuem outra visão. Mas essa consciência tem que nascer no próprio Campus.

Portal Corrente: Hoje temos problemas estruturais urgentes na UESPI de Corrente, como reformas de banheiros e da quadra. Outra séria questão é a internet, que não existe no Campus e que causa sérios prejuízos ao desenvolvimento dos cursos. Existe algo previsto para ser realizado neste sentido para Corrente?

Dr. Carlos Alberto: Primeiramente posso adiantar que diversos Campus vão receber geradores, que irão garantir que equipamentos como o ar-condicionado possam funcionar, porque hoje a rede elétrica não permite. Então aos poucos, estas unidades vão sendo reformadas para receber estes equipamentos, pois , por exemplo, não posso realizar uma reforma aqui no Campus, com a vedação das salas, se o ar condicionado não for instalado em seguida, porque as salas vão ficar muito quentes. Os equipamentos de ar-condicionado inclusive já estão aqui.

Eu formei uma comissão para realizarmos estas pequenas reformas, como forma de vencer mais rapidamente a burocracia, e temos avançado muito neste sentido. O campus de Bom Jesus acabou de ser reformado, por conta da UAB, que tinha prazos a cumprir junto ao Governo Federal, e em breve teremos o campus de Corrente recebendo estas reformas.

Sobre a internet, é um problema generalizado. Temos quase toda a instalação aqui, eu inclusive trouxe comigo um  técnico exclusivamente para analisar esta questão, mas no final de tudo dependemos da Oi, que presta um péssimo serviço. Diversos Campus, inclusive em Teresina, ainda aguardam a liberação do sinal.

Portal Corrente: Hoje temos uma questão muito séria e urgente com relação a falta de professores em diversos cursos. De que forma a UESPI pretende resolver a questão?

Dr. Carlos Alberto: Nós temos ainda alguns professores remanescentes do último concurso publico realizado, mas em realidade eles já não suprem a necessidade. Então, de imediato se fará a contratação de substitutos e num futuro muito próximo realizaremos novo concurso público. Hoje possuímos cerca de 800 professores efetivos e nossa meta é chegar a 900, com no máximo 200 professores substitutos.


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