Meu tio Duminguim sempre foi muito cômico e gostava de umas tiradas engraçadíssimas, da verve dos Modestos, ele como expoente maior.
Certa feita, aí por volta do ano de 1978/79, o Banco do Brasil de Corrente disponibilizou uma verba a título de fundo perdido para financiar aos agricultores projetos de plantio de algodão, caroço granulado, que não servia nem para fazer tirada de candeeiro.
Através da EMATER o agricultor recebia as instruções de plantio, tratos culturais, as sementes, a elaboração do projeto e a assistência técnica, requisitos obrigatórios para liberação da verba.
Meu tio Duminguim, doido por uma grana, logo se candidatou as receber o tal dinheiro, que era oferecido com muitas vantagens, contanto com carência para pagamento, seguro safra, rebate de juros etc, condições mais que especiais, época de dinheiro fácil e o Banco do Brasil como agente de fomento intermediava as transações.
O Vei Duminguim, cuidou logo de preparar o projeto lá no Retiro de Cima, para o plantio do tal algodão, tudo com o apoio da EMATER-PI, que há pouco tinha aberto o escritório regional em Corrente.
Tudo pronto, área reservada, projeto elaborado, processo junto ao Banco aprovado, aguardava apenas a liberação do dinheiro, ele já com outras intenções.
Certo dia chegou lá em casa, como regularmente fazia, pois ele não vinha na cidade para não visitar Pai e Mãe, era religioso nisso.
Mãe, já sabendo do sucesso, logo trava o seguinte diálogo:
- Ô Duminguim, fiquei sabendo que seu dinheiro vai ser liberado...
- Pois é Enedy, tá tudo pronto e o Gerente garantiu que ia ser liberado.
- E você vai fazer o que com este algodão ?
- " Mar minino", eu vou lá plantar diabo de algodão para cancão fiar! Eu só quero é o dinheiro!