21/06/2016 às 23h04min - Atualizada em 21/06/2016 às 23h04min

A onça e o Brasil colônia - ou Brasil maravilha

A coluna é Voz do Gurgueia, mas estreio falando de um assunto nacional.

A passagem da tocha olímpica pela cidade de Manaus, nesta segunda-feira, gerou um episódio que, na primeira passada de olhos pela manchete, pensei que fosse do Sensacionalista: “Onça é morta após participar do percurso da Tocha Olímpica em Manaus”. O fato escatológico (não encontro definição melhor) é o retrato fiel do Brasil colônia.

O Brasil que beija a mão do rei e oferece suas virgens e sua mata exuberante. Que oferece submisso suas mulatas e suas meninas para turismo. Que oferece suas florestas a preço de banana para pesquisas e mobiliários internacionais. Que dá isenção de impostos a multinacionais e licenças ambientais "ajeitadas". Que vende soja banhada com o sangue dos índios. Que deixa o berço arqueológico da humanidade se acabar por falta de recursos.

Um Brasil onde a maioria absoluta das crianças que estuda na rede pública de ensino só joga futebol e queimada há décadas, jogos institucionalizados pelos pequenos. Porque o recurso público para as redes de vôlei, quadras, cestas de basquete, bolas diferentes e recursos especiais são desviados para bancar o luxo de políticos desonestos. Um Brasil em que a maioria absoluta das crianças pratica esporte com tênis All Star falsificado, daquele com solado simples, sem amortecedor, porque é o único que os pais, brasileiros trabalhadores, assaltados pelos impostos de um Estado ineficiente, conseguem comprar.

Um Brasil que mostra a onça pintada acorrentada. E mata a onça porque o show foi mal planejado. Imagina o que vem por aí. Que vergonha.

Inaugurações

Inaugurar tem sido o verbo mais conjugado em Corrente nos últimos dias. Jesualdo Cavalcanti, depois dos seus três anos e meio de mandato, presta contas à população, mostrando como se gere a coisa pública. Se licita, assina ordem de serviço, executa, finaliza e entrega. E coloca pra funcionar. E presta contas. Pagando tudo em dia. É assim que se faz. “Gastar o que se tem, não furtar e não deixar furtar e trabalhar de manhã, de tarde e de noite”, tem sido o mantra repetido por ele em todas as inaugurações.  Os fatos falam por si. Corrente nunca viu tanta obra numa única gestão. E olha que estamos em crise.

 

APAE de Corrente

A Apae de Corrente inaugurou nesta segunda-feira (20) o espaço recém-reformado, de excelente padrão, com recursos angariados no bazar beneficente organizado pela Vara do Trabalho de Corrente, sob coordenação da juíza Kelly Cardoso. Que sirva de inspiração.

 

Juíza Kelly

A magistrada, que prestou contas até dos centavos arrecadados, se despediu emocionada de Corrente para assumir a comarca de Bom Jesus. Extremamente zelosa no cumprimento dos seus deveres, equilibrada, ponderada, discreta, já deixa saudades. Tanto como magistrada, quanto como cidadã.

 

Inclusão

A caminhada do Dia Municipal da Pessoa com Deficiência aconteceu na manhã dessa terça nas principais ruas do Centro de Corrente. O único vereador presente foi o Dr. Edilson de Araújo Nogueira, desde sempre apoiador da causa, mostrando que o assunto ainda precisa ser reconsiderado pelo legislativo do município. Ou é o município que precisa reconsiderar qual  legislativo quer para representa-lo?

 

UESPI

A Universidade luta para construir o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Pela primeira vez, os campus participam do processo, normalmente centralizado em Teresina. Por aqui, alguns professores e alunos se esforçam ao máximo, outros ainda não abraçaram a causa. Bom seria se todos abraçassem com amor. A UESPI faz toda diferença em Corrente. E temos muitas demandas, como estudantes de muitos municípios, que acabam ficando em situação constrangedora por falta de recursos. Precisamos de assistência estudantil, de uma biblioteca mais estruturada, de um refeitório, enfim... Qual a UESPI queremos?

 

Expocorrente

As comissões trabalham a todo vapor para, apesar da crise, organizar uma bela festa. Nesse ano teremos algumas novidades na parte cultural, já que temos sangue novo cuidando dessa área.

 

Bom exemplo
 
Para finalizar, uma boa notícia. Os vereadores da cidade paraibana de Água Branca (10 mil moradores, a 373 quilômetros de João Pessoa) deram um exemplo de disciplina fiscal ao Brasil: eles reduziram os salários a serem pagos a partir de janeiro de 2017 e devem receber somente um salário mínimo na próxima legislatura. O corte será de pelo menos 67%, considerando que o valor atual dos subsídios é de R$ 2.700 e o salário mínimo atual é de R$ 880. A decisão de reduzir os salários foi tomada sem votos contrários na sessão da última sexta-feira (17).
 
E tem mais! No ano passado, a Câmara de Vereadores devolveu cerca de R$ 5.000 aos cofres da prefeitura, cujo dinheiro serviu para a perfuração de um poço.
 
Quanta diferença!
 
Fazendo uma comparação com Corrente, que tem cerca de 26 mil habitantes, chegaríamos a um salário de R$ 2.300 reais. Estaria de bom tamanho! Com relação ao outro ítem, o da devolução dos recursos para os cofres do município, não vou fazer comparação.
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