O fogo iniciado há mais de duas semanas no interior do município de Curimatá, no qual os brigadistas do Prevfogo do Ibama trabalharam intensamente para tentar a sua contenção, além do Corpo de Bombeiros de Teresina, que estiveram por mais de uma semana trabalhado no município, descontrolou-se nesta quarta-feira (6), causando grande apreensão na população, que teme a chegada do incêndio na zona urbana. Os principais pontos onde está alastrado o incêndio ficam nas localidades Angical e Caraíbas.
Carlos José Barroso de Sousa, chefe do Prevfogo do Ibama, brigada federal que presta serviço voluntário no município, afirma que o pequeno número de brigadistas, no total de 5, não foram suficientes para conter as chamas, já que a vigília exige trabalho de 24h. "Estamos com desfalques em nossa brigada, pois parte dos brigadistas foram obrigados a prestar serviços em outro incêndio em São Bráz. Estamos sem viatura, trabalhando com apenas 5 brigadistas e sem apoio do município ou da comunidade fica impossível conter o fogo", explicou.
Sobre a possibilidade de apoio do Corpo de Bombeiros, ele informa que os mesmos não teriam como atuar no incêndio, já que a metodologia de trabalho deles exige grande quantidade de água. "Os locais onde o fogo está agindo é de difícil acesso, não há como levar água até lá. Se tivesse como chegar com os caminhões até o fogo, ele já estaria controlado, mas não é o caso", pontua.
Carlos José acrescenta ainda que o descontrole do fogo poderia ter sido evitado, caso o poder público tivesse agido a contento. "O município foi avisado na segunda-feira sobre o perigo e o desfalque na nossa brigada, mas nada foi feito".
O coordenador do Prevfogo finaliza reforçando que, para o definitivo controle dessa queimada, seria necessária a disponibilização de pelo menos 15 homens; "Assim poderíamos revezar os trabalhos 24h por dia, mas até agora não obtive resposta".
Ao Portal Corrente o Tenente-Coronel Cardoso, do Corpo de Bombeiros, informou que, até o momento não há previsão de envio de unidades para o Extremo-Sul do estado. "Não temos um tempo certo, porque depende muito da demanda. Além disso, estamos com vários bombeiros afastados porque testaram positivo para Covid-19".
Outra possibilidade para a contenção do fogo seria a chegada das chuvas. Porém, segundo a previsão do tempo do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do INPE, a possibilidade de chuva, para pelo menos uma semana, é de apenas 5%.