25/02/2022 às 17h13min - Atualizada em 25/02/2022 às 17h13min

Promotor pede investigação contra delegados que prenderam Arimatéia Azevedo

Portal AZ

O promotor de justiça do Piauí, Claudio Bastos Lopes, requereu ao juiz Washington Correia da 8ª Vara Criminal de Teresina que determine à Corregedoria da Policia Civil do estado a abertura de uma investigação contra delegados do Grupo de Combate ao crime Organizado (Greco), que em 12 de junho de 2020 prendeu o jornalista Arimateia Azevedo. 

O promotor não fala em nomes, mas no inquérito contra Arimateia Azevedo, baseado em denúncia feita pelo médico Alexandre Andrade, cinco delegados atuaram, tendo à frente o chefe do grupo Thales Gomes.

O inquérito remete a muitas dúvidas e está cheio de pontos suspeitos, como a afirmação dos delegados de que Azevedo já havia sido preso em 2005 pela mesma prática de extorsão, quando, na verdade, o motivo foi “coação a uma advogada no curso do processo". 

O promotor Claudio Bastos estranhou que na prisão do jornalista Arimateia Azevedo, em 12 de junho de 2020, somente um ano e cinco meses depois é que, provocados pela defesa e intimados pelo juiz, os policiais enviaram o aparelho celular do jornalista para a perícia. A defesa também estranha tais atitudes e chega a desconfiar que houve armação para incriminar o jornalista.

E o fato mais estranho é que nunca concluíram a perícia, mas deixaram vazar ilegalmente o conteúdo do celular que estava sob proteção judicial, para tipos inescrupulosos, como Marciano Arraes, vulgo Xico Prime e outros inimigos de Arimatéia, divulgarem na mídia. 

Portanto, o Inquérito aberto contra Arimateia Azevedo para apurar suposta extorsão ao médico Alexandre Andrade, com quem o jornalista nunca telefonou, nunca passou mensagem, teve causa com a publicação de notícia mostrando acusação do advogado Ney Ferraz de Alexandre ter praticado procedimento cirúrgico criminoso no seio de sua mulher. E foi assinado por cinco delegados do Greco. Cada um deve ser investigado conforme requer o promotor Claudio Bastos, pela corregedoria de Polícia Civil.

No seu despacho o promotor de Justiça quer que a suposta vítima (Alexandre) e sua testemunha (seu cunhado) sejam novamente inquiridos.

É a partir daí que a defesa de Arimateia Azevedo acredita na reviravolta do caso. Uma nova inquirição pode complicar para o delegado chefe do Greco. Na primeira audiência Alexandre disse em seu depoimento que quem chamou a policia para o caso foi sua mulher, que trabalhava no gabinete da então presidente do TRT, desembargadora Liana Chaib, desafeta do jornalista, que é tia da esposa de Thales Gomes. O médico disse também que combinaram encontro em sua casa, sábado à noite (22 de fevereiro de 2020), e lá Alexandre prestou depoimento. 

ENTENDA O CASO

A publicação sobre o erro médico foi feita no Portal AZ no dia 06 de janeiro do mesmo ano e foi dado todo espaço ao médico. 

Mais de um mês depois eles resolveram combinar a acusação contra o jornalista e isso ocorreu num sábado à noite (22/02) na casa do médico. 

CONTRADIÇÃO

Quando depôs no dia 30/09/2020 o delegado Thales disse que Alexandre e a mulher compareceram à sede da Greco e que eles até então não se conheciam.

Mas o curioso é que depois desse “embalo de sábado à noite” na casa do médico, o Greco, através do delegado Laercio Evangelista só intimou Alexandre Andrade para confirmar o depoimento de fevereiro em 05 de junho.

Thales Gomes foi chamado para depor depois de estranha intervenção junto ao editor do Portal 180° para pedir, dia 13 de junho, um dia após a prisão de Arimateia, que fosse retirada a foto do médico Alexandre da manchete do portal, praticamente intimidando o editor e dizendo que o portal iria  pagar a multa, que o médico estava protegido por decisão decisão  judicial. O editor Jhone Sousa ponderou que na verdade a ordem de proibição do juiz Valdemir dos Santos, era só contra o Portal AZ, para que não fosse publicado nada contra o médico. Na audiência a defesa e a promotora consideraram que o delegado Thales estava fazendo o papel de advogado do médico.

ESTRANHAMENTE

O promotor Claudio Bastos diz: “De início, necessário atentar ao fato de que, estranhamente, o ato de apreensão dos aparelhos celulares ocorreu no mês de junho de 2020 (vide documentos de fls. 109/111; 115/118 dos autos digitalizados no sistema Themis Web – parte 1), e, somente no dia 17/11/2021, o celular pertencente ao acusado José de Arimateia Azevedo foi encaminhado ao Instituto de Criminalística para a realização de exame pericial."

"É possível usar o telefone móvel para manter a segurança, um exame sob o aparelho da autoridade, um exame para um dispositivo móvel da autoridade".

“Acrescente-se que, tendo encerrado o inquérito policial e já da ação policial, o Delegado não poderia requisitar perícia. Estado do Puí, a fim de apurar a existência de uma eventual infração disciplinar na conduta indicada o que fica de necessário logo.", pontuou.

É esperado para provavelmente a partir dessa sexta feira decisão do juiz Washington Correia em cima do pedido do promotor Claudio Bastos. 

 


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