27/08/2014 às 22h52min - Atualizada em 27/08/2014 às 22h52min

Faleceu Dalton Paranaguá, irmão do Dr. Hélio Paranaguá

Ex-prefeito de Londrina e médico aclamado, Paranaguá tinha um profundo apreço pelo Piauí

Viviane Setragni; com informações G1/Londrina. Foto: Divulgação/ UEL

Morreu nesta terça-feira (26) Dalton Fonseca Paranaguá, aos 87 anos, irmão do Secretário de Desenvolvimento Rural do município de Corrente, Hélio Paranaguá.  Segundo familiares, o ex-prefeito de Londrina faleceu na casa onde morava por volta das 8h30. Paranaguá fazia tratamento para Alzheimer há alguns anos. O sepultamento aconteceu nesta quarta-feira (27), às 10h, no Cemitério Parque das Oliveiras, na zona leste de Londrina.

O senador Álvaro Dias prestou homenagens e levou sua solidariedade à família durante o velório, que ocorreu na 1ª Igreja Batista de Londrina. "Médico, cidadão e homem público, Dalton Paranaguá teve uma trajetória marcada pela dignidade, competência, honradez e disposição para o trabalho", lembrou o senador.

Dalton Paranaguá foi eleito prefeito em 1969 pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), permanecendo no cargo até 1973. Entre as principais obras realizadas em seu mandato estão a construção do Ginásio Moringão e a revitalização do Lago Igapó. Natural de Jerumenha (PI), formou-se médico pela Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, e veio para o Paraná em 1955. Em terras paranaenses, exerceu o cargo de Secretário Estadual de Saúde durante o governo de Paulo Pimentel entre 1966 e 1968.

Em 2012, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) homenageou Dalton Paranaguá com o título de Benemérito da instituição. A honraria foi entregue em reconhecimento ao ex-prefeito como articulador para a implantação da UEL, o que ocorreu durante o seu mandato.

Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura de Londrina lamentou a morte de Dalton Paranaguá. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) decretou três dias de luto oficial na cidade.

O sobrinho Marcus Henrique Paranaguá falou sobre a relação do tio com o Piauí e com seus familiares: “Meu tio Dalton foi um grande homem. Um cidadão exemplar e um pai, tio, avô, bisavô e marido exemplar, além de um médico cirurgião consumado. Muita gente no Piauí - e infelizmente até em Corrente - pouco sabe da estatura que ele adquiriu no Paraná. E tinha um amor inexcedível pelo Piauí. Quando vinha de férias todos os anos (ante da doença se agravar) andava sempre de chapéu de vaqueiro, com uma demonstração sincera do seu amor pelas coisas da terra-mãe”.

 

Um realizador

 

No ano de 2008, o jornalista José Antonio Pedriali lançou o livro Dalton Paranaguá e a Construção do Futuro. O texto conta a história do médico piauiense Dalton Fonseca Paranaguá, que passou a viver em Londrina para exercer a Medicina. Foi, depois, convocado pelo governador, à época Paulo Pimentel (1966-1971), para ocupar o cargo de secretário de Saúde do Paraná e, posteriormente, elegeu-se prefeito de Londrina (1969-1973).

“A sua competência e o seu estilo inédito o levaram ao destaque imediato. Em apenas dois anos, consagrou-se como secretário e tornou-se candidato à prefeitura da segunda maior cidade do estado. O livro narra essa trajetória até os dias de hoje. Faço o registro por ser Dalton Paranaguá um político ímpar, cujo exemplo é reconhecido até mesmo pelos seus adversários de política”, colocou o senador Alvaro Dias, em pronunciamento na tribuna do senado. O senador ainda completa: “a trajetória do médico tem a marca da dignidade, competência, honradez e disposição para o trabalho, produtos em falta nas prateleiras da política nacional".

Álvaro Dias lembrou que foi Paranaguá quem encomendou, em 1970, os projetos de viabilidade de captação de água do rio Tibagi, para abastecimento de Londrina e cidades próximas.

– Como governador do Paraná, eu tive a satisfação de realizar seu sonho 20 anos depois. Dalton Paranaguá pensava muito à frente. Quando executamos essa obra, que custou mais de US$ 100 milhões, a cidade de Londrina já sofria com a escassez de água. Nunca mais as torneiras secaram, desde a inauguração dessa obra, já vista 20 anos antes por Dalton Paranaguá como solução para o abastecimento.


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