28/02/2017 às 13h35min - Atualizada em 28/02/2017 às 13h35min

BR-135 mata gente, economia e sonhos, por Zózimo Tavares

Coluna do Zózimo Tavares, Portal Cidade Verde

“Essa estrada mata, além de gente, a economia da região mais pujante do estado. Mata gente, produção, suor e sonhos”, afirmou o prefeito de Bom Jesus, Marcos Elvas, a propósito da publicação de ontem, nesta coluna, sobre a situação da BR-135, a espinha dorsal do Sul do Piauí.

O trecho mais perigoso da rodovia fica entre os municípios de Eliseu Martins e Bom Jesus. Nos aproximadamente 150 quilômetros desse trecho, o tráfego é mais intenso, com as carretas bitrens transportando grãos dos Cerrados.

A BR-135 faz-se, entre as duas cidades, uma ruela asfáltica, sem acostamento e com sinalização precária, onde trafegam gigantes da estrada (bitrens, rodotrens), junto com caminhões, ônibus, camionetas, carros de passeios e motos. Os acidentes são muito frequentes.

O prefeito Marcos Elvas observou que as autoridades piauienses demonstram interesse pela Transnordestina, ferrovia que está em obras para ligar o Porto de Pecém , no Ceará, ao Porto de Suape, em Pernanbuco, além do Cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, num total de 1.728 quilômetros.

 “Mas como os produtos dos Cerrados vão chegar e sair de Eliseu Martins sem que se faça com urgência o alargamento e outras melhorias na BR?”, indaga. Marcos Elvas disse que este ano os Cerrados piauienses terão uma safra recorde de perto de 4 milhões de toneladas, porém a região encontra dificuldade para escoar a produção, em função da precariedade das estradas.


O ex-ministro dos Transportes, João Henrique: visita ao Dnit
 

Ex-ministro no Dnit

O ex-ministro dos Transportes, João Henrique Sousa, atual presidente do Sesi e hoje o piauiense mais próximo do presidente Michel Temer, informou que fará uma visita ao superintendente do Dnit, no Piauí, engenheiro Paulo de Tarso Mendes, para se inteirar da situação da BR-135 e dos eventuais projetos para a melhoria da estrada.

A BR-135 liga São Luís do Maranhão a Belo Horizonte. Ela corta o Piauí com um trecho que se inicia no município de Guadalupe e segue até Cristalândia, já na Divisa com a Bahia, no total de aproximadamente 600 quilômetros.

No Piauí, a estrada foi projetada no governo Helvídio Nunes e construída no governo Alberto Silva, no início da década de 70, com o objetivo de promover a integração do Sul do Piauí com o restante do Estado.

A explosão do desenvolvimento dos Cerrados piauienses, a partir dos anos 90, mudou o perfil da estrada, até saturá-la completamente. Se em seus primeiros anos ela significava a redenção do Sul do Estado, hoje é chamada de “estrada da morte”.


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