07/04/2017 às 11h37min - Atualizada em 07/04/2017 às 11h37min

Gaeco descobre mais de 60 empresas de fachada que atuavam em prefeituras do PI/CE/MA

Portal AZ

Atualizada às 10h33

O promotor Rômulo Cordão confirmou, durante coletiva de imprensa realizada na sede da Gaeco, que houve um mandado de busca e apreensão na prefeitura de Cocal.

“Na prefeitura foi realizada busca e apreensão de documentos da secretaria de finanças e da comissão de licitação com o intuito de apurar indícios de envolvimento de servidores ou mesmo de gestores”, afirma o promotor Rômulo Cordão.

A irmã do prefeito Rubens Vieira (PSDB), de Cocal foi conduzida a delegacia regional para prestar esclarecimentos. Além da mulher identificada apenas como Auricélia, o Gaeco também conduziu o presidente da comissão de licitação e o pregoeiro da prefeitura. Ao todo, foi solicitado a indisponibilidade de R$ 19 milhões em contas de 62 empresas investigadas.

A operação deverá cumprir 96 mandados entre prisão e busca e apreensão. A operação segue em andamento e mais pessoas poderão ser presas.

Foto:Wilson Nanaia

Operação Escamoteamento desarticula organização especializada em fraudar licitações no Piauí e Ceará

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco) deflagrou no início da manhã desta sexta-feira (07), a operação Escamoteamento e desbaratou uma quadrilha especializada em fraudar licitações no Estado. A ação foi realizada em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas do Estado (TCE) e cumpriu mandados de prisão e condução coercitiva de donos de empresas atuantes no norte do estado do Piauí e empresas do Ceará que atuam nas cidades de Cocal, Buriti dos Lopes e outras cidades do Ceará.

A fiscalização da CGU apurou a existência de empresas “fantasmas” contratadas de forma fraudulenta, entre 2013 e 2015, no município de Cocal. As fraudes, custeadas com recursos federais, estaduais e municipais, contavam com a participação de servidores do município e de representantes das empresas, que atuavam de forma conjunta e articulada. O prejuízo estimado é de R$ 19 milhões.

Segundo o Gaeco, essas empresas seriam responsáveis por fechar contratos para realização de serviços, obras de construção com valores exorbitantes, em municípios piauienses e não realizavam a prestação do serviço para os quais foram contratadas. Somente no município de Cocal, os valores totais desviados são de aproximadamente 19 milhões de reais.

De acordo com o promotor Rômulo Cordão, as empresas atuantes não tinham capacidade operacional. “Foi verificado durante as investigações, que duraram um ano e quatro meses que essas empresas não tinham capacidade operacional. Eram de fato empresas inexistentes, tinham contratos, mas que na realidade não tinha nenhum valor. A maioria dessas empresas eram novas, tinham de três a quatro anos de existência”, afirma o promotor.

O Gaeco ainda não divulgou o número de presos, mas já afirmou que 13 empresários do Ceará estão sendo conduzidos para Teresina.  Além de Cocal, os crimes aconteciam em Buriti dos Lopes, no Piauí e em Ubajara,Tianguá e Viçosa no Ceará.

A operação conta com 219 profissionais, sendo que 23 deles são promotores de justiça do Piauí e do Ceará. Além da PRF, CGU e TCE estão envolvidos na operação.

O nome 'Escamoteamento' faz referência à tentativa dos envolvidos de esconder a atuação da organização criminosa instalada na região. Para isso, valiam-se de empresas sem capacidade operacional, algumas inclusive sem sede física, para dar aparência de legalidade às contratações realizadas.


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