11/04/2017 às 08h00min - Atualizada em 11/04/2017 às 08h00min

Falta de estradas prejudica o escoamento da produção recorde do cerrado no Piauí

José Bonifácio Bezerra
Blog do José Bonifácio

Dinheiro que estava na mesa, de uma grande colheita, está indo para o ralo, nos buracos das estradas. Dá pena ver!”. Essa declaração foi dada faz dias pelo ministro Blairo Maggi, da Agricultura, se referindo à situação de 100 km da BR-163/MT, que liga Mato Grosso aos portos do norte do Brasil. A afirmação do ministro Blairo Maggi bem que poderia também estar se referindo ao sul do Piauí, onde os produtores rurais estão enfrentando problema semelhante; são 77 quilômetros da PI-254, no município de Santa Filomena, que o governador Wellington Dias prometeu liberar R$ 597 mil para a recuperação de 42 quilômetros, entre a Bunge Serra do Riachão e a BR-235/PI (Serra das Guaribas), para o escoamento da safra 2016/2017, conforme divulgamos na reportagem Governador libera R$ 597 mil pararecuperação de estrada na Serra da Fortaleza, em 02/02/2017, mas que a construtora autorizada, a NM ENGENHARIA, nunca apareceu.

 
Já na PI-254 agricultores se cotizam para recuperarem estrada onde passarão 240 mil toneladas de grãos
Até agora nada foi feito pela construtora contratada pelo Governo do Estado. Ainda em fevereiro, disseram que não iam mexer com a obra, por causa da chuva. E o problema está aí, a safra já foi puxada mais da metade, e nós produtores é que estamos tendo que se virar para manter essa estrada. Isso é irritante para nós do agronegócio”, disse um dos produtores da Serra da Fortaleza, na região de Santa Filomena.
 
Apenas para informar, cerca de 240 mil toneladas de grãos deverão passar pela PI-254, já que no município de Santa Filomena estão sendo colhidos mais de 60 mil hectares de soja e quase 20 mil hectares de milho.
 
 
PI-254: Governador Wellington Dias anunciou liberação de R$ 597 mil, mas a Construtora não apareceu
 
Gargalos - No outro extremo desse apagão logístico estão os municípios de Bom Jesus, Currais, Palmeira do Piauí, Monte Alegre do Piauí e Gilbués, em 220 km da Transcerrados (PI-293), onde os agricultores foram obrigados a agir numa “operação tapa buracos” com barro, a fim de escoar a safra.
 
Outra calamidade - vergonhosa para o Poder Público - são os 50 km da PI-392, que coincide com a BR-330/PI, da cidade de Currais, a 10 km de Bom Jesus, a “capital do agronegócio do Piauí”, até a Bunge Laranjeira, no entroncamento com a PI-297 (Transcerrados), cuja situação está sendo discutida no DER-PI e na SETRANS (Secretaria de Transportes), portanto, entre Governo do Piauí, lideranças políticas e integrantes do agronegócio.
 
Vejam a situação da PI-297 (Transcerrados), com 320 km, e que vai de Sebastião Leal a Santa Filomena!
 
Na PI-392, além dos 17 quilômetros já pavimentados em Baixa Grande do ribeiro, o governador Wellington Dias acaba de autorizar o revestimento primário (cascalhamento) de 50 quilômetros, entre a cidade de Currais e a Bunge Laranjeira. Essa rodovia é o único acesso entre os municípios de Currais e Palmeira do Piauí à Transcerrados, onde se concentram 55 fazendas do agronegócio, com área plantada ao redor de 90.000 hectares.
 
Em relação à interminável TRANSCERRADOS, dos 340 quilômetros planejados, somente 90 quilômetros foram concluídos, partindo de Sebastião Leal. Mas existe a previsão de que sejam pavimentados mais 27 quilômetros, chegando ao entroncamento da Nova Santa Rosa, na divisa de Uruçuí com Palmeira do Piauí, concluindo a primeira etapa, de 117 quilômetros.
 
E o que dizermos da PI-392, de Currais até o encontro com a PI-297 (Transcerrados), na Bunge Laranjeira
 
 
A segunda etapa vai da divisa de Uruçuí com Palmeira do Piauí até a Bunge Serra do Quilombo, com 100 quilômetros de extensão. Até onde se sabe, a obra está licitada e contratada, mas sem previsão de início dos serviços.
 
E a terceira etapa, da Bunge Serra do Quilombo à BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena), com 123 km, está em processo de licitação, mas sem recursos garantidos. Os agricultores solicitam do governador Wellington Dias que pelo menos mande ‘cascalhar’ os trechos intrafegáveis.
 
Inclusive ontem, segunda-feira (10), um grupo de produtores do cerrado piauiense esteve em Teresina, com representatividade da Câmara Setorial do Agronegócio do Piauí, em reuniões no DER-PI, na SETRANS e na Defesa Civil, tratando do assunto e pleiteando a decretação de Situação de Emergência na área, em função da precariedade das estradas.
 
Produtores reunidos com secretário Guilhermano Pires (Setrans), representantes do DER e da Defesa Civil
No encontro, ficou acordado ainda que, com a decretação da Situação de Emergência, será locada uma patrulha mecanizada, em parceria com o agronegócio, aonde o Governo Estadual fornecerá o maquinário e operadores, os produtores fornecerão combustível, alimentação e estadia, visando a manutenção corretiva da estrada, com revestimento simples (cascalho) e garantir - com urgência - o mínimo de trafegabilidade.
 
O objetivo do acordo Governo/Agronegócio é melhorar os pontos críticos em 220 quilômetros da PI-297 (Transcerrados), contemplando os municípios de Palmeira do Piauí, Currais, Bom Jesus, Monte Alegre do Piauí e Gilbués.
 
Que o governador Wellington Dias (PT), que está de olho na sua segunda reeleição, olhe primeiro para a região do Cerrado, o Celeiro do Piauí.

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