19/01/2018 às 16h27min - Atualizada em 19/01/2018 às 16h27min

População de Corrente e cidades vizinhas pagam R$ 95 reais pelo gás de cozinha, o mais caro do nordeste

Valor perde apenas para a média do estado do Mato Grosso. Diminuição de 5% no preço anunciada pela Petrobrás ainda não foi repassada para o consumidor.

Viviane Setragni
Portal Corrente

A Petrobrás anunciou nesta quinta-feira (18) a diminuição de 5% no preço do botijão de gás de cozinha. A empresa também anunciou sua nova política de preços para o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha vendido em botijões de 13 quilos – a política anterior, que previa revisões de preços para cima ou para baixo todo dia 5 de cada mês, foi suspensa no início de dezembro devido ao forte impacto que vinha causando no preço final para os consumidores.

Na prática a diminuição do preço ainda não chegou no bolso do consumidor de Corrente e municípios da região Extremo-Sul do estado do Piauí. De acordo com o empresário Benivaldo Souza do Nascimento, proprietário de uma revenda no município de Corrente, as distribuidoras ainda não comunicaram a diminuição do preço aos revendedores. “Eu soube dessa redução do preço pela imprensa, não fomos comunicados formalmente. Mas saberemos assim que fizermos a próxima compra, no meu caso na próxima segunda-feira. Particularmente eu gostaria que o preço tivesse diminuído e com certeza farei o repasse do desconto para o consumidor, se houver”, informa. Outro revendedor consultado achou a pergunta engraçada e afirmou que espera por aumento, não queda de preço.

O preço do botijão de gás de cozinha em Corrente, Curimatá, São Gonçalo do Gurgueia e Gilbués é de R$ 95 reais para entrega e, em algumas revendas, R$ 90 reais para o consumidor que for buscar o botijão, resultando em uma média de R$ 92,50 por unidade. Em Corrente, foi encontrado o mesmo preço, R$ 95 reais, em todas as revendas.

De acordo com a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a média praticada nas revendas do país é de R$ 67,28. A média praticada em Corrente e municípios da região é a mais alta do Nordeste e uma das mais altas do país, ficando atrás apenas do estado do estado do Mato Grosso, onde a média de comercialização é R$ 95,91.

De acordo com pesquisa realizada pela nossa redação em revendedores da região Extremo-Sul do estado, foram encontrados os seguintes preços: Bom Jesus – R$ 75 reais; Avelino Lopes – R$ 85 reais, Júlio Borges – R$ 85 reais e Barreiras/Bahia, - R$ 75 reais para entrega e R$ 60 reais buscando na revenda.

A explicação para a diferença de preços não é clara. O empresário Benivaldo acredita que um dos motivos seria que o estado do Piauí teve uma significativa alta na alíquota do imposto estadual para derivados de petróleo, passando de 19% para 31% a partir de 1º de janeiro de 2018. Ele informa ainda que o preço também pode variar conforme a capacidade de compra de uma distribuidora. “Distribuidoras maiores conseguem comprar em grande quantidade e ganham preço, repassando essa diferença para as revendas. Mas afirmo que esse é o preço que eu posso praticar e não sei qual a explicação para revendas com o valor do botijão muito abaixo aqui na região”, pondera.

De acordo com informações disponíveis no site da Petrobrás, a comercialização do gás de cozinha, ou Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é regulamentada pelas portarias da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Lei 9.478/97 (Lei do Petróleo). Esta lei flexibilizou o monopólio do setor petróleo e gás natural, até então exercido pela Petrobras, tornando aberto o mercado de combustíveis no país. Dessa forma, desde janeiro de 2002 as importações de GLP foram liberadas e o seu preço passou a ser definido pelo próprio mercado.

O preço que a Petrobras pratica ao comercializar o GLP para as distribuidoras pode ser representado pela soma de duas parcelas: a parcela valor do produto Petrobras e a parcela tributos, que são cobrados pelos estados (ICMS1) e pela União (CIDE2, PIS/PASEP3 e Cofins4). No preço do botijão pago pelos consumidores nos pontos de revenda também estão incluídos os custos e as margens de comercialização das distribuidoras e dos pontos de revenda.

Os preços nos postos de revenda de todo o país são monitorados pela ANP por intermédio de pesquisas semanais, cujos resultados podem ser consultados diretamente no site da agência (www.anp.gov.br).

 


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