11/04/2019 às 12h21min - Atualizada em 11/04/2019 às 12h21min

Julian Assange é preso em Londres após Equador revogar asilo

Fundador da Wikileaks, Julian Assange foi preso depois de passar sete anos na embaixada do Equador em Londres

Tecnoblog, El País, BBC, TechCrunch.
Julian Assange
Julian Assange, fundador da Wikileaks, foi preso nesta quinta-feira (11) pelo Serviço de Polícia Metropolitana de Londres. Ele estava vivendo na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012 para evitar a sua extradição, mas teve o seu asilo diplomático revogado pelo presidente equatoriano Lenín Moreno.

Em comunicado, a polícia informou que foi convidada pelo embaixador do Equador a comparecer à embaixada para deter Assange por conta do anulamento do asilo. As autoridades britânicas disseram ainda que ele foi preso em cumprimento a um mandado expedido pelo Tribunal de Magistrados de Westminster em 2012.

Nas primeiras horas desta quinta-feira, Lenín Moreno divulgou um vídeo no Twitter explicando as razões para a revogação do asilo. Na gravação, o presidente afirma que Assange teve condutas desrespeitosas, violou normas, interferiu em assuntos de estado e que, concomitante a isso, a Wikileaks fez ameaças ao seu governo.

Ainda no vídeo, Moreno afirma ter solicitado ao Reino Unido a garantia de que Julian Assange não será extraditado a um país onde possa sofrer tortura ou pena de morte, condição com a qual o governo britânico teria concordado em manifestação por escrito.

 

 

Ecuador decidió soberanamente retirar el asilo diplomático a Julian Assange por violar reiteradamente convenciones internacionales y protocolo de convivencia.

 
 

Hoje com 47 anos, Julian Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para escapar do pedido de extradição da Suécia, que o acusava de delitos sexuais — essa investigação já foi arquivada. Dois meses depois, o então presidente equatoriano Rafael Correa concedeu a ele asilo diplomático.

Desde então, Assange não saiu da embaixada. Ele dizia não fazê-lo por medo de ser extraditado à Suécia e, posteriormente, ao Estados Unidos, onde seria julgado por ter exposto numerosos documentos secretos do governo americano, como estes que evidenciam o poder de espionagem da CIA.

Porém, as relações entre Equador e Assange começaram a esfriar em 2017, quando Lenín Moreno assumiu a presidência do país. O que vinha acontecendo dentro da embaixada nos últimos meses não está claro, mas fala-se, por exemplo, que Assange foi acusado de descumprir condições do asilo, uma delas, a de não se envolver em assuntos políticos.

Também via Twitter, o ex-presidente do Equador Rafael Correa criticou duramente o atual presidente por conta da decisão: “Lenín Moreno, nefasto presidente do Equador, demonstrou a sua miséria humana ao entregar Julian Assange à polícia britânica. Isso põe a via de Assange em perigo e humilha o Equador”.

 

Lenín Moreno, nefasto presidente del Ecuador, ha demostrado su miseria humana al mundo, entregando a Julián Assange -no solo asilado, sino también ciudadano ecuatoriano- a la policía británica.
Esto pone en riesgo la vida de Assange, y humilla al Ecuador.
Día de luto mundial.

 

Alan Duncan, ministro de Estado para a Europa e Américas, agradeceu ao Equador pela revogação do asilo e informou que “Assange irá enfrentar a justiça da maneira correta no Reino Unido”.

Não está descartada a possibilidade de ele ser enviado aos Estados Unidos, até porque a Scotland Yard confirmou que a prisão teve como base um pedido de extradição do governo americano.


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