30/10/2019 às 15h30min - Atualizada em 30/10/2019 às 15h30min

Falta de água: abertura de comportas gera divergência entre os prefeitos de Curimatá e Júlio Borges

Cidade Verde

O município de Curimatá, localizado a 779 km de Teresina, pediu à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semar) a abertura das comportas da barragem de Algodões II. O município enfrenta uma grave seca e passa por dificuldades no abastecimento de água. Algumas áreas da cidade estão 100% sem água.

A abertura das comportas é a alternativa para evitar o sofrimento das famílias de Curimatá, mas  causa apreensão no município vizinho de Júlio Borges. De acordo com o prefeito, Eduardo Henrique, há o temor de que a cidade de Júlio Borges passe a enfrentar problemas no abastecimento. Ele pede que a Semar autorize o fechamento das comportas. A barragem fica localizada entre as duas cidades. 

“O prefeito de Curimatá pediu a abertura das comportas de Algodões II para atender aquela cidade. É uma grande preocupação porque todos os anos que a água é liberada, baixa muito o nível da barragem e acaba prejudicando o abastecimento de água em Júlio Borges. Isso causa preocupação porque o local de captação, onde a bomba capta a água, já está quase vazia. Pedimos para que a Semar fiscaliza melhor essa situação. É um desperdício de água muito grande em um período de seca. Tememos que essa água faça falta também no futuro. É a política do tapa-buraco. Com essa situação, corre o risco das duas cidades ficarem sem água”, afirmou o prefeito.

A posição do prefeito de Júlio Borges provocou reações do prefeito de Curimatá, Valdecir Júnior. Segundo o prefeito de Curimatá, o vizinho estaria sendo egoísta. 

“Não posso deixar o povo de Curimatá sem água. O prefeito de Júlio Borges tem sido egoísta. Não temos outra solução a não ser a barragem de Algodões II. Ela fica situada a 7 km acima da sede de Curimatá. Foi construída para dentro do leito do riacho Curimatá. Em 2017, a cidade foi abastecida por carros-pipas. Agora a Defesa Civil diz não ter condições. É bom lembrar que a barragem fica no território de Curimatá. Foi construída para atender a cidade e depois Júlio Borges”, declarou Valdeci Junior.

Vídeo mostra o prefeito Valdecir Júnior falando da barragem


 
Nesta quarta-feira (29), um técnico da Semar deve chegar ao local para vistoriar a barragem. A vazão de água deve ser reduzida em 80% do que foi aberto. Com isso, o prefeito Valdecir diz não haver risco de abastecimento.

“É um mar de água. Nem que passasse um ano aberta não faltaria água para Júlio Borges. O que vai ficar aberto vai ser suficiente para manter o abastecimento. A solução seria a construção da adutora. O valor é de R$ 27 milhões, mas o governador disse não ter condições. Estamos aguardando via Ministério do Desenvolvimento Regional e via Codevaspi”, afirmou. 


Posição da Semar

A Semar informou que se reuniu com os dois prefeitos e que está monitorando o rio para evitar que cidades fiquem desabastecidas. 

A respeito da notícia veiculada no portal Cidade Verde "Falta de água: abertura de comportas gera divergência entre prefeitos no Sul do Estado" a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Piauí (Semar) informa que foi realizada visita técnica no dia 09/10/2019, a vazão da Barragem Algodões 2 foi aumentada, de acordo com solicitação via ofício da Prefeitura de Curimatá, visto que a cidade encontrava-se sem água para a população. Uma equipe composta por engenheiro da Semar e técnico do Dnocs, realizou a abertura das comportas, para minimizar a falta de água da cidade. Foi realizada também uma reunião com o prefeito de Júlio Borges que compareceu a Semar para conversar sobre a situação da região com a Secretária de Meio Ambiente, Sádia Castro. Hoje, após 20 dias da abertura, foi realizada nova visita pela equipe e diminuída a vazão para a mínima de perenização do rio. Desta forma, o rio será monitorado a cada 15 dias para saber a situação das cidades,  evitando que todas as cidades abastecidas pela referida barragem tenham problema de abastecimento relacionado a gestão das águas no açude. A Semar tem o compromisso de controlar a vazão de forma satisfatória para que as regiões não sofram com secas e as populações tenham suas necessidades atendidas.

 

 

 

 


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