29/07/2020 às 13h58min - Atualizada em 29/07/2020 às 13h58min

Reabertura organizada e gradual evitou crescimento da taxa de reprodução do coronavírus

Redação

A retomada gradual das atividades econômicas, feita de forma organizada por meio programa Pacto de Retomada Organizada das Atividades Econômicas – o Pro Piauí, permitiu que a taxa de transmissibilidade do novo coronavírus caísse pela segunda vez consecutiva. Segundo o Inquérito Soroepidemiológico realizado entre 15 e 18 de julho, a taxa caiu de 0,87 para 0,74, o menor já registrado no Piauí. No levantamento anterior, já havia caído de 1,8 para 0,87 no período de 27 a 30 de junho.

A taxa de transmissibilidade, também conhecida como taxa de reprodução ou taxa R0 (zero) é usada para saber como está o índice de transmissão da doença. A taxa de 1,8, por exemplo, significa que uma pessoa transmite o coronavírus para 1,8 pessoas, ou 10 pessoas transmitem para outras 18. Logo, a taxa de 0,74, a mais recente, significa que uma pessoa transmite para 0,74, ou seja, menos de uma pessoa. Ou, ainda que dez pessoas transmitem para outros 7,4 pessoas. Na prática, significa que, até o momento, a doença está sob controle no Piauí.

Os dados do Inquérito Soroepidemiológico foram realizados pelo Instituto Piauiense de Opinião Pública (Amostragem), por encomenda da Secretaria de Saúde do Piauí.

O governador Wellington Dias diz que o resultado é muito, visto que o Piauí entra na quarta semana de reabertura das atividades econômicas, após mais de três meses de quarentena. “Essa queda consecutiva da taxa é um exemplo claro que o ProPiauí está fazendo tudo certo, reabrindo os setores de acordo com o risco de contaminação, de forma gradual, organizada, ouvindo os técnicos da saúde”, afirma o governador.

O resultado chama ainda mais atenção quando se observa que, em outros estados e cidades brasileiras, o número de casos da Covid-19 ou taxa de reprodução voltou a crescer após a reabertura das atividades econômicas. Isso acabou obrigando os gestores a voltar atrás, causando transtornos. A Prefeitura de Florianópolis, que já havia realizado reabertura de setores, anunciou novas restrições no dia 22 de junho, com fechamento de shoppings, centros comerciais, academias e até das praias.

Além disso, o número de casos de covid-19 subiu em ao menos 12 capitais brasileiras que deram início ao processo de retomada das atividades econômicas. Segundo o Estadão, após o retorno de atividades não essenciais, houve aumento da média de infectados por dia em São Paulo, Belo Horizonte e Vitória

Em São Paulo, cujo plano de reabertura gradual foi implementado pelo governador João Doria (PSDB) no início de junho, o número de casos diários subiu 15%, variação que não levou ao aumento das internações.

Já em Brasília, onde o governador Ibaneis Rocha (MDB) reabriu o comércio no fim de maio, os casos quintuplicaram ao longo do mês passado.

Em Brasília, quando o comércio foi reaberto havia 300 casos diários. Um mês depois, a média está em 1,5 mil novos diagnósticos a cada 24 horas.

Outro episódio emblemático é o de Belo Horizonte, mas lá o prefeito Alexandre Kalil (PSD) optou por abrir mão da flexibilização e voltou a permitir apenas serviços essenciais.

O recuo aconteceu após o número de casos diários saltar de 30, com isolamento social, para 150 com a reabertura em maio de shoppings populares, atividades varejistas e salões de beleza.

Recuo também foi adotado em Porto Alegre, onde os casos dispararam um mês depois da liberação de diversos estabelecimentos, de comércios a igrejas. Lá, a média, que era de cinco casos, hoje está em mais de cem novos por dia. Em um mês, o índice de internações em UTI cresceu 227% e atingiu o recorde de 141 pessoas internadas no início da semana passada.

Além da retomada de forma correta, o uso de máscaras, o distanciamento social, higienização das mãos, o aumento da testagem e o Programa Busca Ativa são fatores preponderantes para essa diminuição e auxiliam no controle da pandemia no estado.
Retomada
A retomada das atividades começou no dia 6 de julho, quando os setores de construção civil (e sua cadeia), indústria e saúde retomaram com limitações de dias e horários, além de pessoal reduzido. Na semana seguinte, foi o setor automotivo. Na semana iniciada dia 20, setores químicos. E semana, comércio de móveis e eletrodomésticos.

A processo de reabertura vai até o final de setembro.

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