(Atualizada às 09h06)
A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (18), a Operação “Acesso Negado” que investiga atos ilegais de intervenção e embaraçamento na operação policial “Delivery”, que apura desvio de recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) destinados ao município de União. Um dos alvos da ação é o Jornalista Tony Trindade, que foi preso na própria residência, localizada na zona Sul de Teresina.
Segundo a polícia, no curso da Operação "Delivery" foram identificados atos escusos relacionados a encontros obscuros com agentes públicos no intuito de obter informações sigilosas, acesso indevido a processo judicial sigiloso, convergência e manipulação de versões, atos intimidatórios no intuito de frustrar a investigação policial, dentre outros fatos.
Nesta fase da investigação estão sendo mobilizados vinte policiais federais para o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina, onde foi preso o jornalista, e em Monsenhor Gil, expedidos pela Justiça Federal de Teresina. O objetivo do cumprimento das medidas judiciais é colher elementos materiais de prova e que identifiquem terceiros responsáveis por fornecer indevidamente informações de caráter sigiloso.
Ação investiga fornecimento indevido de informações de caráter sigiloso (Foto: divulgação)
Os investigados poderão responder, na medida de suas culpabilidades, pelo crime de embaraço a investigação policial de crime praticado por organização criminosa (art. 2º, §1º da lei 12.850/13) cuja pena pode chegar a 8 anos de reclusão.
O nome da operação faz referência à conduta daqueles que obtém acesso ilegal a informações resguardadas pelo sigilo.
A Polícia Federal do Piauí, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União, deflagrou em maio desse ano, a Operação Delivery, decorrente de investigação de desvio de recursos públicos da educação destinados a cidade de União.
Segundo a PF, cinco pessoas foram presas, entre elas empresários, agentes públicos municipais e um vereador. Elas são investigadas por crimes de corrupção, peculato e fraudes licitatórias.
Livros que foram apreendidos pela PF em União (Foto: divulgação)
“A Secretaria de Educação de União teria adquirido livros escolares em quantidade maior que o número de alunos do município, utilizando verbas do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para a contratação de empresas fictícias de Fortaleza/CE, responsáveis pelo fornecimento fraudulento do material didático” diz a PF em nota.