08/10/2020 às 13h56min - Atualizada em 08/10/2020 às 13h56min

Ex-secretário de obras de Gilbués faz ameaças e pede derramamento de sangue pesado em rede social

Portal Corrente
Um áudio atribuído ao ex-secretário de obras do prefeito interino de Gilbués, Paulo Henrique Mascarenhas (Manin), Absalão Teles da Silva Neto, viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (8) e deixou todos perplexos pelo tom de violência.

No referido áudio, publicado em um grupo de WhatsApp chamado "A Câmara Secreta", ele afirma que a cidade precisa "de um derramamento de sangue, tem que ter um derramamento de sangue pesado, aqui tem que ter um derramamento mesmo, uma arrancação de língua, aqui tem que ter um derramamento pesado mesmo que é pra "nego" poder respeitar os outros aqui!". Ele finaliza dizendo que cansou de ter sua imagem denegrida, que ele precisa ser respeitado e que não tem medo de ninguém.

"Eu tô trabalhando aqui, eu tô trabalhando calado, tô trabalhando honesto, isso aqui já passou de uma p** nesse Gilbués aqui. Isso já passou de um derramamento de sangue, tem que ter um derramamento de sangue pesado, aqui tem que ter um derramamento mesmo, uma arrancação de língua, aqui tem que ter um derramamento pesado mesmo que é pra "nego" poder respeitar os outros aqui. Esse lugar tá tendo muito homem frouxo, covarde, desse grupo nosso que não tem coragem. Mas comigo aqui a história vai ser diferente, daqui pra frente, nego vai vir com ousadia comigo daqui pra frente, eu não tô aqui, eu tô aqui trabalhando, eu tô trabalhando pra beneficiar a comunidade, eu não tô com sacanagem com ninguém não. Cara vem aqui denegrir a minha história, eu não tô falando de ninguém não, mas o cabra me respeitando eu não tenho medo de ninguém não, rapaz, quem quiser peitar ni mim pode peitar, eu não tenho medo de ninguém não".


Nesta mesma quinta-feira, outro áudio ameaçador foi enviado por ele a um servidor público da prefeitura, que ele chama de Alex, onde ele afirma que, se o rapaz voltar a filmar o trabalho de determinadas máquinas em obra no interior, "eu vou lhe pegar lá, que eu vou deixar tuas costas sair, saindo sangue de taca, vai lá na hora que eu tiver". Neste áudio, ele finaliza difamando o prefeito Leo Matos, apesar de não citar o seu nome, e diz que ele vai levar taca também se for no local.

"Você, seu Alex, você foi filmar a máquina lá ontem, eu quero que você vai filmar lá agora de tarde, que eu vou lhe pegar lá, que eu vou deixar tuas costas sair, saindo sangue de taca, vai lá na hora que eu tiver, viu seu v*, pa tu i filmar a máquina lá vai, vai lá no teu prefeito, esse drogado aí, esse f*, aí tu vai mais ele lá pa tu i filmar a máquina lá, que daí vocês vão saber se tem homem na cidade de Gilbués ou não tem".


Segundo assessoria do município, a confusão teria origem no fato de que as obras de perfuração de alguns poços, iniciadas na época da campanha de deputado estadual, permaneceram paralisadas por dois anos e voltaram a ser feitas agora, vésperas da eleição municipal. Adversário do atual prefeito Leo Matos e integrante do grupo político de oposição, cujo candidato a prefeito é Amiltinho, ele estaria se beneficiando da obra para tirar vantagem política. "É uma obra pública, ele não pode impedir ninguém de filmar", disse um servidor da prefeitura, que pediu para não ser identificado. 

Em junho deste ano, Absalão Teles, que na época ocupava o cargo de assessor legislativo da Câmara Municipal, viralizou outro áudio polêmico  nas redes sociais de Gilbués, direcionado para o então servidor público da Secretaria Municipal de Agricultura, Francisco Washington Rodrigues: "Eu mesmo irei lhe por no tronco, porque você é negro". O caso ganhou
repercussão no estado e causou grande indignação na população. 

Além do boletim de ocorrência, registrado na 10ª Delegacia Regional de Corrente, o caso foi denunciado no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Já em posse dos áudios, o delegado de Polícia Civil, Yure Saulo de Oliveira, afirmou que vai investigar o caso. O delegado informou ainda que todas as Instituições como Ministério Público, Judiciário e Secretaria de Segurança Pública, englobando as Polícias Civil e Militar, agirão de acordo com as suas atribuições nas eleições 2020.



 
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