24/11/2020 às 21h08min - Atualizada em 24/11/2020 às 21h08min

Governador do DF, Ibaneis Rocha, diz à justiça que não tem envolvimento no caso das doações de EPIs feitas à Corrente

Defesa do governador também alega falta de humanidade dos autores do processo, que tratam o envio de material de saúde a uma população carente e necessitada do Nordeste brasileiro como ato de improbidade administrativa

Viviane Setragni
Portal Corrente
Imagem: reprodução Rede Globo
A Rede Globo voltou a dar destaque nesta terça-feira para o caso da doação de EPIs feita pelo governo do Distrito Federal ao município de Corrente-PI. Segundo a reportagem, o governador Ibaneis Rocha apresentou defesa alegando que não tem nenhum envolvimento caso.

Para relembrar os fatos, no dia 26 de maio o prefeito de Corrente, Gladson Murilo Mascarenhas Ribeiro, apresentou um requerimento à Secretaria de Saúde do DF solicitando a doação de EPIs e no dia seguinte, 27 de maio, a Secretaria autorizou a doação de 10 mil luvas e mais de 12 mil máscaras N95. A doação virou um processo no Tribunal de Contas e outro no Tribunal de Justiça. Nesse segundo processo, de acordo com a reportagem, o governador foi intimado pessoalmente a dar explicações.

Na defesa apresentada, a autorização para a doação das EPIs não partiu dele, mas do então secretário de Saúde Francisco Araújo. A defesa alega que ele não deveria sequer ser incluído no processo, o que serviria tão somente para causar “grande e indesejada repercussão política”.

Entretanto, declarações do próprio governador contrariam a sua defesa, já que na época teria dito que não tinha informações de que haveria falta de material na rede hospitalar do DF e que tentou ajudar a prefeitura de Corrente e de outros municípios porque, em caso de proliferação da doença, a opção mais próxima dos pacientes seria Brasília.

Por outro lado, os advogados de defesa do governador alegam que não há nada de errado com as doações, o que seria uma demonstração de solidariedade com quem precisava de ajuda. Eles apontam ainda uma “absoluta falta de humanidade dos autores populares, que tratam o envio de material de saúde a uma população carente e necessitada do Nordeste brasileiro como ato de improbidade administrativa” e que a doação teria sido feita diante de elevado estoque, sendo as quantidades entregues inexpressivas.

Já os profissionais de saúde do DF relatam que a situação nunca foi de abundância e que atualmente a rede sofre com a falta de ítens básicos, o que levou o vice-governador a solicitar pessoalmente ao Ministério da Saúde a doação de máscaras.

O advogado que entrou com a ação na justiça contra a doação para Corrente, Marivaldo Pereira, defende que os responsáveis sejam punidos e que reparem os prejuízos causados aos cofres públicos. Ainda segundo ele, o governador autorizou a doação principalmente por causa da relação pessoal que ele tem com o prefeito de Corrente. “Isso é ilegal, isso fere o princípio da impessoalidade”, cita o advogado.

Segundo a reportagem, o prefeito de Corrente, Gladson Murilo Mascarenhas Ribeiro, que acaba de ser reeleito, não se manifestou sobre a reportagem.


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