26/03/2021 às 10h07min - Atualizada em 26/03/2021 às 10h07min

Presidente do Consems-Pi afirma que as doses de vacinas "sumidas" podem estar paradas por dificuldade em vacinar público da zona rural

Portal Corrente

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou, na tarde desta quinta-feira (25), a instauração de inquérito pela Polícia Federal para apurar o possível desvio, por parte do governo do Estado do Piauí, de 50 mil 667 doses de vacinas contra a covid-19 que não foram registradas no sistema do Ministério da Saúde, conforme amplamente noticiado nos meios de comunicação e em vídeo de autoridade do legislativo que circula nas redes sociais.

De acordo com portal de notícias piauiense, os 224 municípios piauienses receberam até agora 392 mil 080 doses de vacinas Coronavac e AstraZeneca e os prefeitos incluiriam no cadastro do governo federal somente 341 mil 413 doses dos imunizantes, tendo uma sobra de mais de 50 mil doses que não estão sendo localizadas.

O portal então aponta três possibilidades para a ausência do devido registro no sistema do Ministério da Saúde: as Secretarias Municipais de Saúde estão vacinando e não incluíram no cadastro do Ministério da Saúde, as doses foram utilizadas de forma irregular - fura fila e outros fins - ou as vacinas estão paradas.

Presidente do Consems-PI

A hipótese defendida pela presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Piauí (Consems-PI), Leopoldina Cipriano, é que as doses podem estar paradas devido a dificuldade das prefeituras de vacinar o público-alvo na zona rural das cidades. Ela conta que a logística do Ministério de fracionar as doses retardou o alcance das metas de vacinação.

“Para se ter uma ideia, uma mesma vacina chegou em três etapas, somente com 20% ou 30% das doses para uma mesma faixa etária. Algumas zonas rurais são extensas, equipes tiveram que retornar no mesmo povoado várias vezes para imunizar o grupo prioritário”, informou. 

Agilizar a vacinação

Leopoldina informou que teve uma boa notícia essa semana de que os municípios vão receber todas as vacinas para imunizar os idosos acima de 70 anos e vai agilizar a vacinação.

“Não vai ficar mais no pinga-pinga que inviabilizar atingir a meta de vacinação”, disse presidente do Consems-PI.

Equipes fazem cadastro no papel

Outra dificuldade das prefeituras é a falta de internet. Equipes que trabalham na zona rural não conseguem fazer o cadastro do local da vacinação e fazem o registro quando chegam na Secretaria Municipal de Saúde. A demora se deve também porque as equipes precisam fazem agendamento para cadastrarem as doses aplicadas no sistema do Ministério e assim evitarem aglomerações na sede das Secretarias de Saúde. 

Sesapi

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), através da Superintendência de Atenção à Saúde e Municípios, se manifestou sobre a falta de doses no sistema. A pasta afirma que  mantém a total transparência em relação aos dados relativos à Covid-19 no Piauí. Até agora, o Estado recebeu do Ministério da Saúde 392.080 mil doses de vacinas que estão sendo usadas para imunizar a população piauiense.

"O Superintendente da Sesapi, Herlon Guimarães, esclarece que o número total de doses entregues aos municípios não consta no Vacinômetro no site da Sesapi(ww.saude.pi.gov.br) porque só é possível registrar as doses depois que elas são entregues nas cidades. “Nosso painel está sendo atualizado por conta da preocupação com a transparência, mas é uma certeza que todas as doses foram entregues nos municípios”, diz o superintendente. Herlon explica ainda que a defasagem dos números é porque o Piauí guarda as doses de vacinas para a segunda dose, que só são distribuídas num prazo de 28 dias ou três meses depois, dependendo de qual vacina seja. “Nós temos reuniões semanais com todos os nossos Conselhos de Secretários Municipais para mantermos um controle maior da entrega. Nunca registramos a entrega no mesmo dia que enviamos aos municípios. O registro só acontece quando eles recebem” esclarece.


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