25/05/2021 às 15h29min - Atualizada em 25/05/2021 às 15h29min

Sesapi intensifica barreiras sanitárias em divisas para prevenir chegada de cepa indiana

Entenda como são detectadas novas variantes

Redação
O reforço das barreiras sanitárias, em 25 pontos de divisa entre os estados do Piauí e Maranhão, e na capital Teresina, foi a principal pauta da reunião. As barreiras vêm se mostrando essenciais no enfrentamento à pandemia desde seu início, em abril de 2020, quando se tornaram peças fundamentais na conscientização da população que se desloca pelo estado e a identificação e rastreamento de novos casos da Covid-19 no Piauí.

O secretário Florentino Neto destaca que o objetivo é a intensificação do trabalho das barreiras sanitárias nos pontos essenciais do estado, como fronteiras, rodoviárias e aeroportos. “Neste momento, o que nos chama mais a atenção, e se mostra como nossa prioridade, é a intensificação das barreiras sanitárias nos limites com o estado do Maranhão. Fizemos uma revisão das 25 barreiras, além das barreiras de Teresina, que atuam nas divisas entre os dois estados. Elas serão reforçadas e trabalharão 24 horas para que possam identificar casos sintomáticos e suspeitos, dando o direcionamento que os protocolos recomendam”, disse o secretário Florentino Neto.

As 25 barreiras que serão reforçadas estão localizadas nos municípios de Ilha Grande; Parnaíba; Gilbués; Santa Filomena; Ribeiro Gonçalves; Uruçuí; Antônio Almeida; Porto Alegre do Piauí; Guadalupe; Jerumenha; Floriano; Amarante; Palmeirais; Nazária; União; Miguel Alves; Porto; Campo Largo do Piauí; Matias Olímpio; Madeiro; Joca Marques; Luzilândia; Joaquim Pires; Murici dos Portelas e Buriti dos Lopes.

O tenente-coronel Francisco Ramos destacou o papel da Polícia Militar, que vem atuando com uma parceria direta nos trabalhos das barreiras. “Vamos intensificar as abordagens nas barreiras, apoiando as equipes do Busca Ativa e dando a garantia que eles executem os seus trabalhos. O principal foco nesse momento serão as barreiras localizadas nas divisas do Maranhão e queremos garantir esse trabalho que tem o foco apenas de garantir a vida dos piauienses”, afirmou.

A coordenadora do Programa Busca Ativa, Dilia Falcão reforça que, neste momento, é essencial o trabalho em conjunto aos municípios, além da cooperação da população, para que as barreiras possam cumprir seu papel de forma efetiva. “Estamos há um ano trabalhando com as barreiras sanitárias e a cooperação da população é de suma importância. 

Estamos ali para orientar, mas ao mesmo tempo conseguimos identificar precocemente novos casos e dessa forma podemos ter um acompanhamento mais adequado de casos. Caso alguém esteja se deslocando e esteja com sintomas, procure as barreiras sanitárias, dessa forma a população estará ajudando o trabalho de enfrentamento à pandemia e estaremos cada vez mais perto de ganhar a batalha contra a Covid”, declarou.

 Como são detectadas novas variantes

Para conseguir detectar a presença de novas variantes é preciso estudar o vírus e sua estrutura. Para isso, os pesquisadores realizam um sequenciamento genético dos genomas do novo coronavírus e mapeiam o surgimento de mutações. 
“Os centros especializados recebem as amostras de hospitais e enviam uma porcentagem delas para os laboratórios que realizam o sequenciamento. Mas para que os genomas sejam sequenciados, essas amostras precisam ser de qualidade, por isso o Lacen toma todo cuidado com o acondicionamento para enviar as amostras”, explica a coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa. 

Esse sequenciamento é feito a partir do exame de RT/PCR, que é analisado pelo Lacen-PI, que quando detecta a presença de variações do SARS-CoV-2. O material é enviado para o laboratório de referência, Instituto Evandro Chagas, na Bahia, que realiza o sequenciamento do vírus e descobre as variantes das linhagens conforme as diferenças que apresentam no material genético.

“Infelizmente ainda não existem testes rápidos ou antígenos que possibilitam a detecção de novas variantes de forma instantânea, então precisamos de um exame de RT/PCR, para que o laboratório de referência faça essa análise”, lembra a epidemiologista. 

No Piauí não foi detectada a presença da variante indiana, porém já circulam pelo estado as variantes P1, P2 e a N9, consideradas preocupantes pelo poder de transmissibilidade acarretando em casos mais graves da doença. “Mesmo não tendo essa indiana circulando no Piauí, os cuidados necessários para evitar a transmissão do vírus devem ser mantidos. Com isso a Sesapi intensificou as barreiras sanitárias, que orientam a população, e caso positivo nos testes rápidos, procure um hospital e faça a coleta para a realização do RT/PCR”, alerta Amélia Costa. 

A especialista ressalta que é importante seguir com os sequenciamentos, e quanto mais deles forem feitos, mais detalhes se terá sobre o vírus. “Além de poder identificar as mutações, sequenciar esse material permite ter mais conhecimento sobre as rotas de circulação do vírus e assim fazer ações mais efetivas de prevenção”, pontua a coordenadora.

 
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