13/10/2016 às 16h35min - Atualizada em 13/10/2016 às 16h35min

MUDOU POR QUÊ?

Por Zózimo Tavares

Zózimo Tavares
Diário do Povo

É muito conhecida a máxima que insinua que pelo menos 50% do que sai na imprensa não correspondem à verdade. Não entro no mérito de sua pertinência. Apenas digo que a mídia é fonte para muitos mitos. E lanço outra máxima, se é que alguém já não saiu na frente: a imprensa só divulga 50% do que efetivamente sabe. 

Quando o deputado federal Marcelo Castro (PMDB) assumiu o cargo de ministro da Saúde, em setembro do ano passado, ele passou a ser alvo preferencial das críticas e dos ataques da mídia nacional, que apontou em sua direção as suas armas de grosso calibre.

Poucos da imprensa deram à época o mínimo de atenção à gravidade do alerta do novo ministro: o Brasil já enfrentava uma epidemia de microcefalia, doença provocada pelo vírus zika. Optaram por pegar o ministro pelo pé. Ou melhor, pela língua, por alguma fala sua que consideraram polêmica.

Não demorou, entretanto, e os casos de microcefalia explodiram pelo país. Se a imprensa brasileira não deu à advertência do ministro a devida atenção, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu. E fez uma mobilização internacional para combater o zika vírus, além de mandar missões ao Brasil para acompanhar o problema de perto.

Aqui é que entra a minha máxima, a de que a imprensa não divulga nem a metade do que sabe: na época em que o ministro era bombardeado pela imprensa, eu tinha munição que poderia ajudar a fragilizá-lo ainda mais, mas não usei. Era a seguinte: como deputado federal, no exercício do quarto mandato, Marcelo, mesmo sendo médico, jamais destinou uma emenda sua para a saúde. Todas foram mandadas para estradas. O Dnit estava em suas mãos no Piauí.

Não divulguei nem repassei a informação por avaliar que a presença dele no Ministério da Saúde era importante para o Piauí. E foi. No pouco tempo que passou lá, ele carreou recursos para o Estado, beneficiando dezenas de municípios, entre os quais Teresina e Parnaíba.

Muito bem! Agora o deputado, renegando o seu passado parlamentar comprometido com as estradas, toma a frente de um movimento na bancada federal que retira recursos de emenda impositiva para a duplicação da BR-316 e os aloca na área de saúde. 

Seu gesto não mereceria crítica se não estivesse por trás dele a especulação que dá como certa a sua vinda para a Secretaria de Saúde, em breves dias, em mais um conchavo do PMDB com o governador Wellington Dias.


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