09/08/2021 às 15h24min - Atualizada em 09/08/2021 às 15h24min

Moradores do bairro Aeroporto ainda sofrem com a falta d'água, apesar do novo equipamento instalado

Viviane Setragni
Portal Corrente
Caminhões particulares cobram R$ 40 reais por mil litros d'água (foto: reprodução/WhatsApp)
Os moradores dos bairros Aeroporto 1 e 2 e Morada do Sol, na cidade de Corrente, continuam a sofrer com o abastecimento deficitário de água, sob responsabilidade da empresa Agespisa. Com quase 30 dias passando por problemas no fornecimento do bem essencial, parte da população tem dificuldade, todos os dias, para realizar quaisquer tarefas domésticas que dependam de água, desde manter a limpeza da casa e demais afazeres e até para fazer a higiene pessoal não há como. As casas que ficam próximo à rede de abastecimento central ainda recebem o serviço, mas as que estão localizadas nas regiões periféricas e mais altas dos bairros quase não recebem água, ou recebem por algumas horas, tarde da noite, quando a população aproveita para encher as caixas, bacias e vasillhames com o que for possível, às vezes sem conseguir armazenar muita coisa.
 
Segundo o coordenador operacional da Agespisa de Corrente, Claudeci Fernandes dos Santos, há vários aspectos que tem causado o problema de abastecimento no bairro. O primeiro deles seria a localização, já que a região encontra-se em uma parte mais alta da cidade, sendo obrigado o bombeamento da água para chegar aos 3 bairros. Com a oscilação constante da energia, os equipamentos da central que bombeia a água sofrem pane, sendo corriqueira a queima de equipamentos. 

O segundo problema seria a potência da bomba que envia água ao bairro. A mesma foi substituída por um equipamento melhor na semana passada, mas ainda assim o problema não foi resolvido, ou seja, a água não chegou em todas as residências. Claudeci explica que, apesar da bomba ser mais potente, ela não possui vazão maior, ou seja, a quantidade de água enviada para a região teria certa limitação. "Como grande parte das casas estava sem receber água, demora muito mais para ela chegar em todas as residências, pois em cada uma precisa encher as caixas d'água e reciíentes que a população usa para armazená-la", explica.

Normalmente o bairro é abastecido por sistema de rodízio, ou seja, primeiro algumas ruas recebem água, depois outras, sendo o abastecimento do bairro feito dessa forma há muitos anos.

Entretanto, nos últimos dias a população reagiu de forma mais expressiva, e através das redes sociais vem mostrando o seu drama diário para toda a cidade. Para ter água em suas residências, por exemplo, grande parte dos moradores tem sido obrigado a pagar para um caminhão pipa o valor de R$ 40 reais por mil litros d'água. "Se não for assim a gente não tem nem água pra lavar as mãos", afirmam. A qualidade da água às vezes é duvidosa, já que nem sempre se sabe a procedência. "Pode ser qualquer água, a gente tá aceitando qualquer coisa, não aguentamos mais", disse uma moradora indignada.

Outra reclamação feita pela comunidade é a omissão da prefeitura e da Agespisa quanto ao socorro e assistência aos moradores do bairro, alguns deles contando 28 dias sem água em suas casas nesta segunda-feira. "O caminhão pipa da prefeitura às vezes vem, mas não passa em todas as ruas. Na minha rua nunca passou, eu sou obrigado a pagar para um particular trazer água pra mim", desabafou outro morador.

A população questiona ainda sobre os talões, que chegam sem desconto pelos dias nos quais faltou água. "No centro tem água todos os dias, o pessoal não sabe como a gente sofre aqui no Aeroporto. E às vezes a gente paga o talão mais alto do que os moradores de lá, não dá pra entender isso, a gente tá pagando pelo vento que passa nos canos", acrescenta uma moradora.

Alguns moradores chegaram a propor que uma manifestação mais energica poderia trazer resultados, mas a ideia não é apoiada por todos. "A gente só quer água nas nossas casas, não aguentamos mais viver assim", dizem.

Ao Portal Corrente, Claudecir Fernandes colocou que a Agespisa está ciente da situação e que uma equipe técnica estará na cidade ainda esta semana, para estudar uma solução definitiva para o problema. "Nesta equipe teremos engenheiros e geólogos para estudar as possibilidades de abastecimento para o bairro Aeroporto. Ainda não sabemos se a perfuração de poços artesianos pode resolver, por isso vamos aguardar a chegada deles para tomar um posicionamento. Mas a empresa está ciente da situação e fará o possível para encontrar uma solução", pontuou.



 
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