13/11/2022 às 09h18min - Atualizada em 13/11/2022 às 09h18min

Diplomata piauiense Marcus Henrique Paranaguá é o formulador da proposta que cria a “Opep das Florestas”

Redação

O diplomata Marcus Paranaguá, de família piauiense, é um dos formuladores da anunciada coalização entre Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, países detentores das maiores áreas de florestas tropicais preservadas do planeta, com objetivo de assegurar desenvolvimento econômico sustentável com mitigação de danos ambientais.

A proposta foi anunciada na última segunda-feira (7), durante a COP27, no Egito. O anúncio foi feito pelo secretário de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcus Henrique Paranaguá, pelos vice-ministros da Indonésia e da República Democrática do Congo. 

“Estamos muito felizes em anunciar esse acordo no qual temos trabalhado duro desde o ano passado. Os ministros dos três países reconhecem a importância de cuidar das maiores florestas tropicais do mundo”, afirmou Paranaguá.

Essa aliança é resultado das tratativas iniciadas durante a COP26, em Glasgow, continuadas na reunião de ministros de Meio Ambiente do G20, em Bali, em agosto, e aprofundadas durante a pré-COP, em Kinshasa, no mês passado.

O objetivo da coalizão é valorizar a biodiversidade dos países e promover remuneração justa pelos serviços ecossistêmicos prestados pelas três nações – especialmente via crédito de carbono de floresta nativa. A aliança sinaliza para a comunidade internacional que o tema da conservação e uso sustentável desse ativo ambiental deve ser capitaneado por aqueles que detêm as principais florestas do mundo.

A iniciativa dos três países, de diferentes continentes (América, Ásia e África) está sendo apontada pelo diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Caldas Aranha como a “Opep do Carbono”, termo criado pelo piauiense Marcus Paranaguá, que sinteriza bem os objetivos da coalizão. 

A Opep é a Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo, que após ser criada, em 1960, passou a ser a reguladora dos preços dessa commodity. Sob esse aspecto, a união de Brasil, Congo e Indonésia poderia dar a esses países enormes força nas negociações internacionais para o crédito de carbono produzido por suas florestas nativas. 

Para o dirigente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a iniciativa entre Brasil, Congo e Indonésia para trabalharem em prol dos interesses e oportunidades desses países com as maiores florestas tropicais nativas do mundo.
“Há o potencial da formação do maior mercado de carbono florestal do planeta, com valorização da floresta nativa em pé e toda a sua potência e biodiversidade. Com benefícios e melhoria da qualidade de vida de quem mais precisa e protege. Floresta - as comunidades locais”, diz.

O texto do Comunicado Conjunto dos três países deverá ser divulgado na semana que vem (dia 14 de novembro) em Bali, na Indonésia, durante a 17ª Reunião do G-20, cúpula de líderes das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.


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