Por Cristiano Setragni
Indo na contramão dos prefeitos do estado do Piauí, que fecharam as portas das prefeituras na última quinta-feira (27/08) para participarem de um protesto em Teresina com o objetivo de chamar a atenção para a situação alarmante das contas municipais, o prefeito de Corrente, Jesualdo Cavalcanti Barros, tomando medidas de ordem prática, apresentou à Câmara Municipal um projeto de lei que reduz o próprio salário e o da vice-prefeita pela metade. Dos R$ 12 mil reais que recebe de subsídio, o gestor receberá apenas R$ 6 mil e a vice-prefeita, de R$7 para R$ 3,5 mil.
O Projeto de Lei Ordinária n° 08/2015 prevê ainda redução 10% no subsídio dos secretários municipais, a partir de 1º de setembro de 2015, além da extinção do cargo em comissão do Chefe de Gabinete, que se encontra sem nomeação no momento, bem como a fusão e transformação de órgãos.
A notícia foi anunciada aos secretários em reunião realizada na sede da prefeitura, onde o prefeito justificou a medida. “A receita do nosso município teve uma queda significativa, de 13% comparando o primeiro semestre de 2014 com o de 2015. Além disso, a situação de crise geral nos impõe a necessidade de adoção de medidas para que possamos superá-la, assim como diversos estados estão tomando”.
O gestor ainda acrescentou: “Queremos que a prefeitura continue a pagar em dia os seus funcionários, medida que tem um impacto muito significativo na economia da cidade; que mantenha em dia o pagamento de fornecedores e que se mantenha o nível de investimento que vem ocorrendo até agora, mesmo considerando que cada obra executada exige a contrapartida do município. Por isso tomaremos ainda outras medidas de contenção, como a redução da quantidade de diárias em todas as secretarias e controle de despesas para evitar o desperdício, medidas que podem concorrer para um bom resultado”, reforça.
Entretanto, mesmo tratando-se de medida importante, os vereadores, em votação na sessão ordinária desta segunda-feira (31/08) não aprovaram o caráter de urgência da matéria, com o voto de minerva do presidente, Ricardo Souza, que tem feito cega oposição ao gestor. Além dele, votaram contra os vereadores Dionízio Jr., Luiz Augusto, Juliana Rocha e Gilmário Lustosa.
Curioso é que estes mesmos vereadores votaram, em véspera de feriadão no mês de março e publicado no Diário Oficial no dia 1º de abril deste ano, o aumento do próprio salário, fora de data normativa.