01/09/2015 às 11h37min - Atualizada em 01/09/2015 às 11h37min

Jesualdo Cavalcanti corta seu salário pela metade para enfrentar a crise

Projeto de Lei apresentado ao legislativo propõe ainda diminuição dos subsídios do vice-prefeito, secretários e diminuição de cargos em comissão. Vereadores reprovam regime de urgência do projeto.

Portal Corrente

Por Cristiano Setragni

Indo na contramão dos prefeitos do estado do Piauí, que fecharam as portas das prefeituras na última quinta-feira (27/08) para participarem de um protesto em Teresina com o objetivo de chamar a atenção para a situação alarmante das contas municipais, o prefeito de Corrente, Jesualdo Cavalcanti Barros, tomando medidas de ordem prática, apresentou à Câmara Municipal um projeto de lei que reduz o próprio salário e o da vice-prefeita pela metade. Dos R$ 12 mil reais que recebe de subsídio, o gestor receberá apenas R$ 6 mil e a vice-prefeita, de R$7 para R$ 3,5 mil.

O Projeto de Lei Ordinária n° 08/2015 prevê ainda redução 10% no subsídio dos secretários municipais, a partir de 1º de setembro de 2015, além da extinção do cargo em comissão do Chefe de Gabinete, que se encontra sem nomeação no momento, bem como a fusão e transformação de órgãos.

A notícia foi anunciada aos secretários em reunião realizada na sede da prefeitura, onde o prefeito justificou a medida. “A receita do nosso município teve uma queda significativa, de 13% comparando o primeiro semestre de 2014 com o de 2015. Além disso, a situação de crise geral nos impõe a necessidade de adoção de medidas para que possamos superá-la, assim como diversos estados estão tomando”.

O gestor ainda acrescentou: “Queremos que a prefeitura continue a pagar em dia os seus funcionários, medida que tem um impacto muito significativo na economia da cidade; que mantenha em dia o pagamento de fornecedores e que se mantenha o nível de investimento que vem ocorrendo até agora, mesmo considerando que cada obra executada exige a contrapartida do município. Por isso tomaremos ainda outras medidas de contenção, como a redução da quantidade de diárias em todas as secretarias e controle de despesas para evitar o desperdício, medidas que podem concorrer para um bom resultado”, reforça.

Entretanto, mesmo tratando-se de medida importante, os vereadores, em votação na sessão ordinária desta segunda-feira (31/08) não aprovaram o caráter de urgência da matéria, com o voto de minerva do presidente, Ricardo Souza, que tem feito cega oposição ao gestor. Além dele, votaram contra os vereadores Dionízio Jr., Luiz Augusto, Juliana Rocha e Gilmário Lustosa.

Curioso é que estes mesmos vereadores votaram, em véspera de feriadão no mês de março e publicado no Diário Oficial no dia 1º de abril deste ano, o aumento do próprio salário, fora de data normativa.

 

 


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