A Comissão Especial do Concurso Público da Prefeitura de Corrente, formada pelo prefeito Jesualdo Cavalcanti para analisar os trâmites do concurso público realizado pelo último gestor no início do ano de 2012 e que chegou a ser suspenso pela justiça durante o período eleitoral, esteve reunida na noite desta segunda-feira (29).
De acordo com Elen Joanne da Silva Curvina , uma das integrantes da comissão, o que pode ser constatado é que não há material suficiente para se chegar a uma conclusão. “A empresa Fundelta resiste em não nos fornecer documentos. Por telefone não fomos atendidos, uma correspondência via A.R. temos certeza de que foi recebida pela funcionária da empresa, Cristiane da Silva, mas ninguém nos deu retorno. Diante disto, solicitamos ao prefeito que nos custeasse uma ida até Teresina, para estarmos pessoalmente na empresa”, relata Elen.
Outra situação constatada pelo vereador é que quando questionada, a funcionária da empresa disse que não há nenhuma outra sede da Fundelta em Teresina, sendo aquele o único endereço de funcionamento da empresa, embora em seus documentos constem três endereços diferentes.
Foi solicitado à Fundelta que forneça os seguintes documentos: lista de comparecimento, a quantidade exata de inscrições, o valor total arrecadado, sendo que deste valor 10% seria destinado à prefeitura e se foi de fato repassado, e os gabaritos das pessoas aprovadas.
A atendente Cristiane da Silva chegou a declarar que todos os documentos estariam publicados na internet, mas na realidade não estão. Já um dos sócios da empresa, o senhor Abel, que atendeu por telefone apenas uma vez, afirmou que precisaria de um tempo para fornecer os documentos. Foi solicitado então à empresa que assinasse um protocolo, comprovando que de fato a prefeitura esteve junto à empresa solicitando os documentos, mas eles se negaram a assinar qualquer documento.
Diante dos fatos, a Comissão decidiu registrar um Boletim de Ocorrência, relatando tudo o que aconteceu em Teresina, assim como será enviado ao juiz um pedido de liminar para que a empresa forneça os documentos. Também será solicitado que se estenda um pouco o prazo de entrega do relatório final, cerca de 30 ou 40 dias, diante das circunstâncias.
Ellen observa: “se está tudo bem, se a empresa é legal e se o concurso foi todo feito de forma absolutamente correta e dentro da lei, não entendemos a resistência da empresa em entregar os documentos”.
Ainda segundo Elen, a empresa nunca entregou nenhum documento, assim como nunca foi encontrado nada na prefeitura que registrasse o entendimento entre a Fundelta e a gestão municipal. No ano de 2012, a Fundelta já foi investigada por indícios de irregularidades em concursos realizados em outros municípios, como em São Raimundo Nonato.