05/12/2023 às 07h26min - Atualizada em 05/12/2023 às 07h26min

Técnicos da Semarh são enviados à Curimatá para analisar problema na comporta da barragem Algodões II

Sem vazão suficiente, riacho que abastece o município nesta época está totalmente seco.

Viviane Setragni
Portal Corrente
Técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMARH) serão enviados ao município de Curimatá nesta terça-feira (5) para analisar a situação da vazão da barragem Algodões II, que abastece o rio Curimatá. É o que informou o diretor de Planejamento e Segurança Hídrica do órgão, Igor Klauss, ao Portal Corrente. O rio Curimatá, ou riacho, como é chamado pela população, diminuiu drasticamente o seu fluxo, secando totalmente em determinado ponto entre a barragem e a zona urbana do município de Curimatá, comprometendo, por consequência,  o abastecimento d'água em grande parte da cidade, depois que uma equipe técnica da Semarh esteve na barragem na útlima semana realizando o ajuste da válvula de liberação da água.

"A Semarh/PI já designou uma equipe técnica que irá se deslocar nesta terça-feira (5) para realizar um relatório de vistoria acerca da situação de escassez e de possível erro no funcionamento da válvula de liberação de água da barragem que alimenta o rio Curimatá, dando ciência ao Idepi/PI", declarou Klaus.

Normalmente, o abastecimento d'água na cidade de Curimatá, que é feito pela empresa Agespisa, utiliza a água da Barragem Vereda da Cruz e uma parte da fonte Brejo do Sertão, na Serra do Gado Bravo. No período de seca, a principal fonte de abastecimento d'água, a Vereda da Cruz, diminui gradativamente o seu volume até secar, tendo como alternativa a captação de água do Rio Curimatá, ou riacho, que traz a água liberada da Barragem Algodões II. Com a seca do riacho, mais de 50% do abastecimento d'água da cidade ficou comprometido, causando transtornos e prejuizos aos moradores da cidade.

"A água do Brejo do Sertão abastece apenas uns 30% da cidade, mas somente os bairros que ficam na parte baixa. A parte alta depende da água do riacho, que secou. Já estamos há pelo menos 4 dias sem água e não temos previsão de quando ela vai voltar", relata um servidor público, morador da cidade.

Um vídeo gravado no rio Curimatá por um morador da cidade mostra a situação do leito à 10 quilômetros da cidade. "Não tem água aqui perto não", diz o autor da filmagem.






RESPONSABILIDADE

A válvula da comporta da barragem teria sido fechada pelos técnicos da Semarh na última semana para evitar o desperdício, levando em consideração a visível diminuição do volume do reservatório. Entretanto, o ajuste não teria sido dosado para liberar o volume de água suficiente para percorrer os 25km da extensão do rio, secando no meio do percurso. Outra questão levantada pela população é que a própria válvula da barragem já teria um problema, que precisa ser solucionado.

Quanto à responsabilidade sobre a manutenção da barragem, Igor Klaus, da Semarh, frisa que ela é do Idepi. "O Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI) é o órgão responsável pela manutenção das barragens em todo o estado. Já a Semarh/PI como determinado pela Política Nacional de Segurança de Barragem, figura como órgão fiscalizador de barragem no estado do Piauí, atualmente fiscalizando e monitorando 27 barragens no estado. A responsabilidade pela parte operacional e funcional da Barragem de Algodões 2 é do Idepi/PI, por ser o órgão empreendedor", pontua.


SOLUÇÃO

Os problemas no abastecimento d'água da cidade de Curimatá não são recentes. Todos os anos, nesta época, a população sofre com o racionamento, passando pelo transtorno recorrente na pior época do ano, com altas temperaturas e sem chuva. Uma audiência pública chegou a ser realizada no mês passado, convocada pela prefeitura, para debater sobre o tema com as autoridades e a população, levantando-se inclusive a hipótese de municipalização do abastecimento.


SOLUÇÃO DEFINITIVA

Preocupado com a situação, o prefeito do município, Valdecir Júnior, viabilizou junto ao Governo Federal a construção de uma adutora que trará a água da Barragem Algodões II através de uma adutora, evitando o desperdício e garantindo o abastecimento. A obra, orçada em R$ 29 milhões, iniciada este ano, segue sendo executada. 

 
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