Novo Boletim Epidemiológico (BE) divulgado na última quarta-feira (23), pelo Ministério da Saúde, mostra queda nos casos de dengue nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2014, foram registrados no Brasil 215.169 notificações, o que representa redução de 76,7%, quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado (921.716). O número de casos graves da doença também caiu 80% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2013. De 1º de janeiro a 5 de abril, foram confirmados 937 casos graves da doença, contra 4.722 em 2013.
O Piauí foi um dos estados que apresentou queda no número de casos de dengue, e um dos 13 estados brasileiros que não registraram nenhum óbito em decorrência da doença neste período. Os dados apontam que em 2013, o Piauí registrou 1.690 casos de dengue, dentre eles, sete casos graves e nenhum óbito.
No primeiro trimestre deste ano, foram registrados no Piauí 924 casos da doença, com quatro casos graves e nenhum óbito. O coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), Inácio Lima, atribui a queda no número de casos da doença à intensidade no monitoramento e acompanhamento nos municípios. “Esta redução representa o esforço dos profissionais de saúde no acompanhamento em cada município e o controle dos focos do mosquito pelas equipes de vigilância. A participação da população na eliminação dos criadouros do mosquito também foi fundamental para a redução da dengue”, disse o coordenador.
Ainda segundo Inácio Lima, o Estado recebeu do Governo Federal cerca de R$5 milhões, este ano, destinados para incrementar e qualificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da doença. “Desse total, aproximadamente, R$4 milhões são destinados os 224 municípios piauienses e R$1,1 milhão foi destinado para gestão estadual”, conclui.
Além desses recursos, o Governo do Estado, através do Ministério da Saúde, propagou entre os profissionais de saúde o Protocolo de Diagnóstico e Manejo Clínico da Dengue. O protocolo orienta o atendimento e a identificação dos pacientes com sinais e sintomas de agravamento na atenção básica, o que contribui para a redução dos casos graves e óbitos.
Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti
O crescimento dos municípios participantes do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) também contribuiu para a melhoria deste quadro. Entre janeiro e fevereiro deste ano, 1.459 municípios fizeram parte da pesquisa, o que significa um aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2013, quando 983 cidades participaram do levantamento.
O LIRAa é considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção. O levantamento é promovido em parceria com as secretarias municipais de saúde. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 4% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta locais em que os imóveis pesquisados possuem larvas do mosquito entre 1% e 3,9%, sendo índice satisfatório nos locais abaixo de 1% de larvas do aedes aegypti.
Confira os casos apresentados no Nordeste no primeiro trimestre de 2013 e 2014.
UF | Casos | Casos graves | Óbitos |
2013 - 2014 | 2013 - 2014 | 2013 - 2014 | |
Maranhão | 1.501 - 729 | 18 - 11 | 9 - 2 |
Piauí | 1.690 - 924 | 7 - 4 | 0 - 0 |
Ceará | 6.484 - 6.475 | 28 - 14 | 14 - 1 |
Rio Grande do Norte | 5.001 - 2.308 | 38 - 7 | 5 - 0 |
Paraíba | 3.178 - 1.199 | 28 - 5 | 6 - 2 |
Pernambuco | 1.903 - 1.399 | 15 - 0 | 4 - 0 |
Alagoas | 1.556 - 1.733 | 8 - 3 | 0 - 0 |
Sergipe | 140 - 473 | 1 - 2 | 0 - 0 |
Bahia | 39.140 - 4.449 | 72 - 22 | 9 - 2 |
Nordeste | 60.593 - 19.689 | 215 - 68 | 47 - 7 |