23/03/2020 às 19h03min - Atualizada em 23/03/2020 às 19h03min

Prefeitos de São Gonçalo do Gurgueia, Corrente e Gilbués defendem o fechamento do canteiro de obras da Usina Solar São Gonçalo

Ascom
Os prefeitos dos municípios de São Gonçalo do Gurgueia, Paulo Lustosa Nogueira, Gilbués, Leo Matos e Corrente, Gladson Murilo Mascarenhas Ribeiro, reuniram-se na manhã desta segunda-feira (23) para tratar sobre as medidas de enfrentamento ao Covid-19, com atenção especial ao canteiro de obras do Parque Solar São Gonçalo, que emprega 1.700 funcionários, estes residentes nas cidades. A iniciativa tem por objetivo unir os esforços para evitar a propagação do coronavírus na região.
 
O prefeito Paulo Lustosa manifestou a sua preocupação com a saúde dos funcionários da empresa, da possibilidade de contágio entre eles e de pessoas da comunidade que mantém contato com esses funcionários. “Sabemos que a empresa está tomando as medidas recomendadas, mas a grande quantidade de funcionários é o que realmente nos preocupa. Essas pessoas se alimentam juntas, são transportadas juntas, passam o dia juntas, como será possível evitar o contágio caso alguém esteja com a doença? Inclusive algumas pessoas demoram a manifestar os sintomas, embora já estejam contaminadas, então não há como saber com antecedência, essa é a nosso maior preocupação, por isso defendemos o fechamento do canteiro de obras neste período”, colocou o prefeito.

O prefeito de Corrente, Gladson Murilo, ressaltou que já publicou decreto determinando o fechamento do comércio e de outras atividades não essenciais, inclusive a suspensão do transporte coletivo, o que afetará diretamente o funcionamento da empresa. “Estamos dispostos a levar essa determinação a termo, e se necessário usar o apoio da Polícia Militar, para garantir o cumprimento da medida. Precisamos evitar a disseminação dessa doença aqui no nosso município e tomaremos todas as medidas necessárias, seja fiscalizando, multando ou  fechando o que represente risco para a sociedade”, pontuou.

 
O prefeito Leo Matos lembrou da falta de estrutura das instituições de saúde da região, que não têm leitos de UTI para atender a demanda de pessoas que possam vir a se contaminar com o coronavírus. “A nossa apreeensão é muito grande, porque sabemos da situação dos nossos hospitais, que não terão a estrutura necessária para atender uma epidemia dessa gravidade”, colocou.

O representante da Enel Green Power esclareceu que empresa já está tomando as medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Já estamos trabalhando com conscientização quanto à higiene pessoal, fornecimento de EPIs, higienização dos ônibus diariamente, acompanhamento clínico de todos os trabalhadores no canteiro de obras e estamos estudando a possibilidade de instalar tendas externas para evitar aglomerações no refeitório”, relatou.

Ele acrescentou ainda que a empresa segue um protocolo rígido de acompanhamento clínico dos funcionários. “Aqueles que apresentarem febre, tosse seca e falta de ar a pessoa serão encaminhados para exame e todos que tiveram contato esses funcionário ficarão em quarentena. Temos 5 médicos à disposição, 3 ambulâncias e equipe de saúde preparada para agir. Todas as pessoas que forem examinadas e encaminhadas para quarentena a prefeitura será notificada”, completou.

O representante de Ordem dos Advogados, Herbert Barbosa Ribeiro, entretanto, declarou que a entidade também defende o fechamento imediato do canteiro de obras e que será dado entrada junto ao Ministério Público do Trabalho de uma petição para verificar as condições de funcionamento do local.

A assessoria jurídica da prefeitura defende que a empresa deve seguir o que determina o Decreto do Governo do Estado do Piauí, suspespendendo as atividades no canteiro de obras por um certo período.
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