Por Viviane Setragni
Durante a reunião coordenada pelo ICMBio, realizada nesta terça-feira, que teve por objetivo a formação do Conselho Consultivo do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, os diversos órgãos e instituições presentes tiveram a oportunidade de esclarecer diversas dúvidas referentes a ações de proteção ambiental da unidade de conservação.
Aproveitando o ensejo, o superintendente de Meio Ambiente do município de Corrente, Jesy Jr., levantou a questão das nascentes dos rios Corrente e Paraim, que são de grande importância para a região. O chefe do ICMBio de Corrente, Janeil Lustosa, esclareceu que a nascente do Rio Corrente estará dentro da área de proteção assim que o Projeto de Lei Ordinária nº 2618, que altera os limites do Parque, for aprovado, porém a nascente do Rio Paraim não estará.
“Este fato é de grande relevância, pois hoje estamos numa luta muito grande para recuperar o Rio Paraim. Se a área da sua nascente estivesse dentro do Parque, teríamos um grande avanço no sentido de preservá-lo. Infelizmente, quando foi definida a área do município de Corrente que faria parte do Parque, esta importante área foi deixada de fora e afirmo que não há nenhum argumento que justifique esta situação”, afirmou o superintendente.
Janeil Lustosa sugeriu que fosse criada uma unidade de conservação municipal para evitar que a nascente do Rio Paraim fosse degradada. Sobre a colocação, Jesy Jr. afirma: “de fato seria uma solução, mas uma unidade de conservação gera custos e sabemos da realidade financeira do município de Corrente. O ideal seria que a área estivesse dentro dos limites do Parque, submetida às suas leis de proteção, sob responsabilidade do governo federal”, coloca.
Na última semana, a Superintendência Municipal de Meio Ambiente e Recursos Renováveis esteve na localidade de Simplício, Barreirão, Certeza e Betânia, com o objetivo de traçar um plano de ação emergencial para a desobstrução do leito do Rio Paraim, que ameaça suspender o seu fluxo em diversos trechos, colocando os pequenos produtores rurais da região em grave situação.
“Precisamos urgentemente traçar metas e planos de ações, realizar tentativas, para não deixar os rios morrerem, já que muitos ignoram esta situação”, enfatizou.