10/09/2015 às 15h00min - Atualizada em 10/09/2015 às 15h00min

Lava Jato investiga gestores sobre lavagem de dinheiro em terras piauienses

Por Arimateia Azevedo

Portal AZ

Embora não tendo estado fisicamente em Teresina, o juiz federal Sérgio Moro tem deixado rastro da operação Lava Jato por aqui. Há quem diga que fatos praticados no Piauí tenham dado subsidio para a alavancagem daquela operação. Policiais teriam detectado o paradeiro e destino dos R$ 17 milhões e 390 mil que vieram parar nas casas e bolsos de gestores e advogados em 2012, por conta de suposta negociação envolvendo terras dos Cerrados Piauienses. Desse dinheiro, R$ 8 milhões foram sacados na boca do caixa da agência central do Banco do Brasil e os outros mais de R$ 9 milhões teriam chegado em avião que desceu no aeroporto de Fátima, localizado nos arredores de Teresina. 

Essa dinheirama toda foi dividida na casa de uma certa procuradora cabendo partes para um deputado, um ex-deputado, um advogado, alguns assessores de governo e para um gestor. A partilha desse dinheiro foi descrita – com nomes e valores para cada um – numa gravação que está em poder da polícia. O informante chegou a ser atropelado – ao que tudo indica, num atentado – depois que prestou o depoimento.

O caso envolve o doleiro Alberto Youssef e uma certa Maria Cristina, do Paraná, encarregados de tirar o dinheiro através de um banco do Paraguai, lavar uma parte em empresa localizada em Cascavel, que fez a transferência através do Banco do Brasil, a pretexto de compra de terras, e a outra, trazida de avião para o aeroporto de Fátima, que não tem qualquer fiscalização. O que se tem é que os corruptos alcançados pela Lava Jato utilizaram terras dos Cerrados, no Piauí, para esquentar parte do dinheiro da corrupção. Maria Cristina, por exemplo, condenada no escândalo do Banestado, junto com Youssef, comprou 7.000 hectares de terras em Gilbués, conforme constatou correição feita pelo Tribunal de Justiça do Piauí.

Essas terras teriam sido adquiridas por reles R$ 14 mil e, imediatamente, hipotecadas em favor de uma dívida do INSS no valor estratosférico de milhões de reais. No Piauí os mesmos que estão sendo investigados nessa questão estão ampliando seus negócios nos Cerrados.


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