12/08/2019 às 09h45min - Atualizada em 12/08/2019 às 09h45min

Programa de Reanimação Neonatal traz melhorias o atendimento de bebês no interior do Piauí

Sociedade Brasileira de Pediatria; edição: Portal Corrente

Dados preliminares de uma pesquisa de doutorado em Saúde Pública pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostram que os treinamentos do Programa de Reanimação Neonatal (PRN) da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) melhoraram a assistência aos recém-nascidos no interior do Piaui. O trabalho, elaborado pelo dr. Renato Lima, foi desenvolvido em cinco regionais de saúde do sertão: Floriano, São Raimundo Nonato, Uruçuí, Bom Jesus e Corrente.

Em sua tese, o doutorando analisou o impacto da iniciativa nos resultados neonatais da mesorregião sudoeste do Piaui. Entre março e junho de 2018, mais de 400 profissionais de saúde nas cidades analisadas foram capacitados nos cursos de Reanimação Neonatal e Transporte do Recém-Nascido de Alto Risco, promovidos pelo PRN. Doze meses após a realização dos treinamentos, dr. Lima retornou aos municípios para uma avaliação e coleta de dados e se surpreendeu com os resultados.

“Embora sejam resultados preliminares, é possível observar uma grande evolução dos serviços prestados aos recém-nascidos do sertão. Acredito que, após as capacitações, os profissionais estejam mais motivados e engajados neste tipo de assistência”, declara o especialista.

Somente na cidade de Bom Jesus, por exemplo, houve melhora da estrutura das salas de parto, além de acentuada redução da mortalidade neonatal nesse ambiente. Segundo o doutorando, a maternidade municipal de Teresina registrou um aumento expressivo de admissões de bebês de Bom Jesus, o que, para ele, comprova a alta qualidade dos serviços técnico-profissionais da equipe da cidade na assistência neonatal.
 

Em Corrente, o médico também constatou significativa melhoria no atendimento. "Estive na região há cerca de um mês coletando dados e fiquei muito feliz com o que encontrei. A estrutura de sala de parto de Corrente melhorou muito e as equipes conseguiram desenvolver um bom trabalho salvando alguns bebês", pontuou.

Dr. Renato Lima acredita que conseguirá mostrar, com este trabalho, a grande importância do PRN para a redução da mortalidade neonatal no Brasil. Ele também espera que o Piauí contribua para a manutenção deste trabalho, não apenas na sua mesorregião sudoeste, mas para as demais localidades do Estado.

PRN EM AÇÃO – Por todo o País, o PRN continua em plena atividade, realizando capacitações de diversos especialistas. Mais recentemente, as cidades de Rio Branco (AC), Manaus (AM) e Palmas (TO) receberam especialistas da SBP.

Em junho, foram realizados três dias de treinamentos em Rio Branco para o curso de reanimação neonatal para bebês maiores de 34 semanas. Na ocasião, foram capacitadas 49 pessoas, entre médicos e profissionais de saúde. As aulas foram ministradas pelas dras. Ana Isabel Coelho, coordenadora do PRN no Acre; Joseneide Feitosa, coarrendadora adjunta do PRN no estado; Sara Rodrigues; Katyuscia Ali; Maria do Socorro Avelino; e Mirla Dávila Pessoa.

Já em Manaus foram capacitados 22 médicos, entre residentes R1 em pediatria e R3 em neonatologia, no curso de reanimação. As aulas ocorreram também em junho e foram ministradas pelas dras. Ana Paula Borborema, coordenadora do curso no estado; Nádia Pirs e Briza Rocha.

Em maio o curso foi realizado em Palmas. Sob a instrução do dr. Ricardo Guimarães, coordenador do Programa no Estado, foram treinados 12 especialistas, entre médicos e residentes R1 e R2 de Pediatria, da capital e da cidade de Gurupi. Um deles foi treinado como instrutor do curso de reanimação neonatal para menores de 34 semanas.

HISTÓRICO – Criado em 1994, o PRN já treinou milhares profissionais em todos os estados do País. Segundo o último levantamento feito pela coordenação do Programa, desde a implantação das condutas atualizadas de 2016, já foram certificados mais de 16 mil médicos e nove mil profissionais de saúde no curso de Reanimação Neonatal; e mais de três mil no curso de Reanimação do Prematuro. O curso destinado ao “Transporte do Recém-nascido de Alto” conta com mais de cinco mil capacitações, desde sua criação em 2011.
 


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