15/11/2022 às 11h28min - Atualizada em 15/11/2022 às 11h28min

PEC, reformas, aeronave, pobreza: veja tudo o que foi debatido por Wellington Dias no Roda Viva

180 Graus



O senador eleito, Wellington Dias (PT), participou na noite desta segunda-feira (15/11) do programa Roda Viva da TV Cultura. O parlamentar é o atual coordenador do Orçamento na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nessa matéria o 180graus irá fazer um compilado dos principais momentos da sabatina. 

O jornalista Tony Trindade, do Portal Lupa1 e Lupa1 FM, integrou a bancada de entrevistadores do Roda Viva. Apresentado por Vera Magalhães, a bancada contou também com a presença da repórter Folha de S. Paulo. Victoria Azevedo, a analista de Economia da CNN Brasil Raquel Landim, o repórter do Estado de S. Paulo André Borges e o jornalista do O Globo Manoel Ventura. O programa foi transmitido ao vivo pelo Youtube da TV Cultura.

O político piauiense se destacou nacionalmente como articulador político e foi escalado por Lula para coordenar os ajustes no orçamento da União, com o objetivo de encaixar as propostas do presidente eleito para 2023.

Além de ter sido eleito senador no Piauí pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Wellington Dias foi governador por quatro vezes, presidente do Consórcio Nordeste e coordenador na temática da vacina da Covid-19 no Fórum dos Govenadores do Brasil.

Abaixo separamos as principais falas do senador eleito, para saber mais de cada assunto, basta clicar no título do bloco: 

1. W. Dias responde se o PT apoiará a reeleição de Arthur Lira para a Presidência da Câmara

 

W. Dias respondeu se o PT apoiará a reeleição de Arthur Lira para a Presidência da Câmara dos Deputados.

"Primeiro tem que ter um diálogo com a base, normalmente o processo é você organiza a base do governo e a partir dessa base você abre diálogo dentro das duas casas. O que o presidente deixou claro é que a Câmara e o Senado vão conduzir, ou seja, não é ele que vai lá dar plantão na Câmara, no Senado ou lá no Palácio para poder organizar. É claro que quem é presidente quer alguém com quem se tenha diálogo, alguém que dê condições de criar um ambiente", afirmou o ex-governador do Piauí.

 

2. 'Bolsonaro tem que cuidar disso', afirma Wellington Dias sobre os atos antidemocráticos

W. Dias  afirmou que "Bolsonaro é presidente até 31 de dezembro", sendo responsável por conter os atos. 

"Quantos de nós já imaginou fazer uma manifestação na frente do quartel do Exército, isso pra mostrar que tem alguma coisa estranha aqui, mas quem é presidente é Jair Messias Bolsonaro até 31 de dezembro. É ele quem tem que cuidar. É ele quem tem que cuidar da inflação, é ele quem tem que cuidar de um conjunto de áreas que estão com graves problemas. É ele quem tem que cuidar dessa situação", disse o parlamentar.

3. "Enquanto se faz as reformas, tem alternativas de crescimento", diz Wellington Dias

Questionado por Raquel Landim, o senador fala sobre reformas e teto de gastos, considerados os maiores desafios para o governo Lula (PT). 

"Vou retomar o ponto do investimento, esse diagnóstico de que mais investimento gera crescimento econômico, aumenta o PIB, e você acha 'arrumando' as contas públicas. Mas, o governo Dilma nos mostrou o contrário (...) O que acaba acontecendo são os juros altos e a alta da inflação. O governo Dilma não trouxe um aprendizado para o PT, senador?", questiona a jornalista. 

"Vou falar do aprendizado do meu Piauí, e posso falar de outros estados. Ali, cometemos alguns deslizes, tiramos dinheiro de alguns investimentos, com o desejo de controlar a inflação. Acho que do ponto de vista econômico, foi um erro", revela o senador. 

Dias continua dizendo sobre as possibilidades de investimento, citando a demanda de energia. A jornalista questiona sobre o recorte na estrutura tributária. "Eu estou dizendo que enquanto se faz as reformas, tem alternativas de crescimento, e começa-se de algum ponto", finaliza Wellington Dias.

 

4. W. Dias: "Colocar os pobres no orçamento é uma posição não só do presidente, mas do povo brasileiro"

Questionado pelo jornalista Manoel Ventura, repórter do O Globo, o senador explica a negociação com o centrão e relação do partido com o senador Renan Calheiros. 

"O senador Renan Calheiros, com toda experiência que tem, trouxe alternativas. Por muito tempo, é importante lembrar, o povo brasileiro ficou de fora. Isso aqui não é só um jogo de palavras, colocar os pobres no orçamento é uma posição não só do presidente, mas uma necessidade do povo brasileiro", afirma Wellington Dias. 

 

5. "Há uma boa vontade de Pacheco e de Lira de dar transparência", afirma Dias sobre orçamento secreto,

Dias responde sobre o orçamento secreto, e se há alguma possibilidade dos parlamentares acabarem com as emendas do relator no próximo ano.

“Há uma posição do Executivo que, legalmente, é quem tem a responsabilidade sobre o orçamento do Executivo. Há uma boa vontade do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, de dar transparência ao orçamento secreto. A alternativa é alterar a resolução é que se tenha para as emendas de relator a mesma regra das emendas individuais e emendas de comissões”, afirma.

6. 'Se você acha que tá ruim, posso lhe afirmar que está muito pior', diz W. Dias sobre a economia

Wellington Dias afirma que a situação do País é pior do que as pessoas imaginam, pois de acordo com ele o endividamento está chegando a 87% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Se você acha que tá ruim, eu posso lhe afirmar que está muito pior. Estamos falando de um país que tem o endividamento, a dívida interna, e graças a Deus que é a dívida interna, se fosse a externa seria um caos, que está chegando a 86%, 87% do PIB. Pegando uma comparação ao nosso Piauí, lá é hoje em torno de 8% o endividamento. Aqui estamos falando de 87% de toda riqueza produzida no ano. Pior: boa parte hoje de curto prazo. O Ministério da Fazenda está virando uma bolsa de valores, com rolagem de dívida todo dia", declarou o petista.

7. 'Recurso para tirar as pessoas do endividamento', diz W. Dias sobre a PEC de transição

Dias falou sobre o aumento do salário-mínimo e a de investir para que a economia possa girar, fazendo com que a população possa sair do endividamento.

"Quando amplia o investimento você cria um ambiente que se soma aos investimentos privados, é claro que não é só isso, quando a gente coloca lá, por exemplo nas alterações, nós estamos colocando as previsões para o salário-mínimo. Ah, mas o salário-mínimo aumentando vai ter impacto nas contas, R$ 6,8 bilhões aproximadamente. Só que o impacto na economia é de movimentar cerca de R$53 bilhões, isso movimenta na economia. Precisa de recurso para tratar as pessoas que estão endividadas, para tirar as pessoas do endividamento", disse o parlamentar.

8. "Existe a preocupação com o teto de gastos. Nós queremos honrar", afirma Wellington Dias

No programa, Dias fala sobre a dívida do país e o projeto do governo para o teto de gastos, medida que foi aprovada durante o mandato de Michel Temer. A regra criada tem como objetivo controlar a dívida pública e limitar o aumento de gastos públicos em relação à inflação.

“O Brasil tem uma dívida interna de quase 87% do PIB (Produto Interno Bruto), boa parte das dívidas são a curto prazo. A inflação está alta e subindo, juros elevados. A dívida consome boa parte do orçamento, toda essa questão do teto, tem essa preocupação, nós queremos honrar. Nós estamos falando de um Brasil que escolheu um presidente que não é amador, é alguém que já foi presidente por oito anos, duas vezes eleito, terminou o mandato com alto nível de aprovação”, diz.

“Ao lado de Lula ,está o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que foi 16 anos governador de São Paulo. São duas pessoas experientes, responsáveis, mas que sabem que vão encontrar dificuldades. Mesmo em uma cenário de dívida, há grandes possibilidades para o Brasil, mas tem que fazer o dever de casa, medidas duras. Nós precisamos pensar no lado humano, o povo escolheu um governo muito humano, nós temos que cuidar das pessoas, principalmente daquelas que mais precisam", completa. 

 

9. Wellington Dias afirma que demora na entrega do texto da PEC é para que seja 'negociado'

Ao ser questionado pelo jornalista André Borges, se o governo federal está usando a PEC para ter dinheiro para investir e se esse foi o ponto de resistência para a pec não ser entregue na semana passada.

"Não foi entregue porque a ideia foi de trabalhar um entendimento com as duas casas e a equipe de transição, para que a proposta, que deve ser encaminhada primeiro a senado, já ser um texto que foi bastante negociado, claro sempre tem divergências, mas bastante negociado também com a Câmara, porque aprovado no Senado vai para a Câmara, se na Câmara tiver alterações precisa voltar para o Senado. Nós estamos a pouco dias, não só do final do ano, menos dias ainda até o recesso", disse o parlamentar.

10. 'Desafio de ter capacidade de investimento', afirma W. Dias sobre o Orçamento para 2023

"Além de garantir recursos para as várias áreas que precisam funcionar, se você conversar com pessoas das Universidades, dos Institutos Federais, nós estamos com problema já esse ano de falta de dinheiro para pagar energia elétrica. Nós estamos aqui num desafio que é, além de cuidar disto, ter capacidade de investimento", afirmou o parlamentar.
 

11. Roda Viva: Wellington Dias explica o desenho que a PEC da transição está tomando

Wellington Dias explicou que há a necessidade de se trabalhar visando as questões de curto, médio e longo prazo, como também declarou que existem áreas, que de acordo com ele se encontram com um orçamento mínimo e inviável, exemplificando com o transporte escolar que recebeu R$ 425 mil para todo Brasil. 

"É claro que precisamos trabalhar com horizonte de curto, de médio e longo prazo. O que que o presidente disse na campanha? Primeiro, muitas emergências. Segundo, precisa colocar o povo no orçamento, especialmente os mais pobres. Nesse instante o desejo são dois blocos importantes, são dois blocos de áreas que estão literalmente descoberto", disse o parlamentar.

"O fato é que quando você pega quanto tem para o programa de transporte escolar, você não vai acreditar, mas o número é esse R$425 mil, para o Brasil inteiro, o ano inteiro. Não dá pra comprar um ônibus, então precisa repor esse dinheiro. E assim são várias áreas", explicou o senador eleito.
 

12. “Governo terá a presença de pessoas de variados partidos e pensamentos”, garante senador Wellington

A apresentadora Vera Magalhães questiona se o governo dos próximos quatro anos será do PT ou de uma frente ampla. Primeiramente, afirma que estão todos ansiosos para saber como será o governo Lula. Logo em seguida, explica que ainda faltam muitas vagas para serem preenchidas, mas garante representantes de diversos partidos.

“[O governo] terá a presença de pessoas de variados partidos e pensamentos da economia, social e meio ambiente. O presidente quer mesmo que tenha os diferentes pactuando o caminho. No primeiro momento, não será fácil. Assim como não foi fácil em 2003. Na época, existiam os mesmos questionamentos”, explica.

Na visão do senador, o fato do Brasil ter uma boa reserva cambial e endividamento internacional beirando o zero, facilita o trabalho da transição e formação de uma frente ampla.

“O presidente Lula é uma pessoa que sabe, mais do que ninguém, a importância deste mandato. Ele disse isso no dia da vitória. Ele precisa fazer um mandato muito melhor do que os outros dois. Ele sabe da responsabilidade e por isso convida Geraldo Alckmin, que era do PSDB e já concorreu contra. Nesse momento, mostrou que queria um governo de pactuação. Não é só um jogo de palavras”, conclui.
 

13. "O PT não tinha dinheiro para fretar uma aeronave", afirma Dias sobre carona de Lula com empresário

A jornalista da CNN, Raquel Landim, questiona o senador eleito sobre a viagem de Lula ao Egito. O presidente eleito viajou na aeronave do empresário José Seripieri Junior.

Lula e Seripieri estão indo juntos à conferência, no avião do empresário. José é fundador da Qualicorp e dono da Qsaúde. Os dois são amigos há cerca de 10 anos. Raquel pergunta sobre o gesto de “capitalismo de compadrio” e por qual razão o petista não viajou em um voo comercial.

“Você tem uma situação de um presidente eleito, ele não é presidente da República, ele não utiliza de voos do governo. Hoje, o Lula é uma pessoa física, ele, por conta disso, não tem qualquer regra que o impeça de pegar carona. Não tinha dinheiro para fretar uma aeronave para ir ao Egito. O PT não tinha esse dinheiro. O Lula foi de carona com o empresário", afirma. 

 

14. "Para o Lula, esse mandato é um projeto de vida", afirma Wellington Dias no Roda Viva

"É um presidente que acompanhou tudo que aconteceu no Brasil. Para ele, esse mandato é um projeto de vida. Um presidente que se você olha qual foi a imagem que foi construída sobre ele quatro anos atrás, três anos atrás, é um brasileiro extraordinário, um dos maiores líderes do planeta. Esse líder, ele sabe que é a sua história que está em jogo nesse mandato", afirma Wellington Dias.

 

15. Elevar faixa de isenção do IR para R$ 5.000 é proposta para mandato, diz Wellington Dias

O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) disse nesta segunda-feira (14) que a promessa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda de pessoas físicas para R$ 5.000 é uma meta "para o mandato" -que terá duração até 2026.

A fala de Dias, que hoje é coordenador da legenda nas negociações do Orçamento de 2023, reforça a sinalização de que o novo governo não deve discutir a implementação dessa medida no curto prazo. Ao citar o horizonte do mandato, ele também deixa a porta aberta para uma ampliação gradual da faixa de isenção do IR.

"É uma proposta para o mandato. Não está sendo tratada nem na PEC [da Transição] nem na reorganização do Orçamento", disse o senador eleito em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Assista a entrevista completa:

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »