De que servem minhas palavras, se não se ascendem velas
É como um barco em alto-mar, a paisana, pintado em telas
De que serve minha sufocante, tola e inútil vontade
Se no final há quase tudo, menos vestígios de bondade
Não me interesso por ricos devaneios ou sábias lições
Gosto daquelas sutis palavras, que tocam os corações
Não me interesso por prédios, nem ruas de asfalto
É mais bonito ver passarinho cantando, voando no alto
Eu procuro andar com passos longos, confiantes de fé
Acredito em Deus, em espíritos de luz, em anjos até
Não quero essa triste rotina de quem descrê na vida
É tão surpreendente, e mesmo triste, faz-se colorida
E então vou terminando minha oração devagarzinho
Fiz sem pressa, com sinceridade e traços de carinho
E aqui por fim agradeço a tudo que Deus tem me dado
Inclusive, essa mania de escrever que me é de bom grado
Assim converso um pouquinho todos os dias com o Pai
Falo sobre o que aconteceu, e se ele quiser, o que ainda vai
Aos poucos vou abrindo meus olhos, cantando uma canção
Não esqueci de agradecer nada, só peço em troca sua benção